LiteraLivre Vl. 3 - nº 13 – Jan/Fev. de 2019
A dita cuja
Magali Guimarães
Águas Claras/DF
Expor as fraquezas ou situações vexatórias enfrentadas em algum
momento de nossas vidas não é algo que fazemos com muito gosto. Alguns
preferem fingir que elas não ocorreram, outros deturpam o ocorrido e fazem,
literalmente, a “sua própria história”, já outros, como eu, transformam em
produto literário e fingem que se trata mais de fantasia que de realidade. Talvez,
diria um psicanalista de carteirinha, seja um mecanismo de defesa para elaborar
traumas. Terei que fazer análise para descobrir. Pois bem, exposta esta faceta
controversa de nós seres humanos, vamos à situação dantesca (ou cômica), a
depender do ponto de vista do leitor.
Creio que muitos concordarão com o adjetivo dantesco no exato momento
em que descobrirem que a presente situação envolve um dos insetos mais
asquerosos, nojentos, repugnantes e odiosos que existem na face da terra. É
este mesmo que veio à sua mente, caro leitor! Trata-se do abominável inseto a
que denominamos “barata”. Meus adjetivos para ele também já lhes assegura a
minha relação com o dito cujo [arrepios ao escrever isso... irc!].
A minha relação com ele [arrepios, arrepios e mais arrepios...] tem se
resumido àquilo que alguns denominam “chilique”, e creio não ser diferente de
muitos que empreenderam na leitura deste texto. Tenho “baratafobia”, confesso!
Não, não importa se esta fobia ou este termo não existe, o que importa é o que
este inseto me causa: verdadeiro asco, quiçá, pavor! Não obstante, e sem mais
delongas, passemos ao ocorrido.
Numa calorosa e bela noite de sexta-feira, talvez de um sábado, pois é
usualmente nestes dias que costuma baixar em mim um espírito de uma
faxineira e/ou de uma decoradora/organizadora do lar. Nestes dias, os familiares
já sabem que o melhor é não ficarem por perto, senão, sobra alguma tarefa para
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