Revista LiteraLivre 13ª edição | Page 118

LiteraLivre Vl. 3 - nº 13 – Jan/Fev. de 2019 Que o preencheu e o fez transbordar Igualmente as músicas do magnânimo Mozart. A âncora foi sendo içada lentamente. Entre o navio e o porto abriu-se um espaço Para que outro navegante pudesse ali se atracar. Os céus se escureceram. Tambores rufaram das densas nuvens E raios caíram sobre o mar. Às águas se eletrizaram e o vento soprou intensamente. A cada relâmpago que iluminava o momento de ruptura, O espaço entre o solitário e o belo porto aumentava. A tempestade que há muito tempo não caía sobre aquele mar, Fez com que o vento acelerasse a partida do solitário navio. Da proa ele viu o magnífico porto diminuir. Em seu coração de lata, Ficaram as ideias que ali foram criadas E a imagem das furiosas ondas batendo contra um obtuso recife Que para trás ficou. E assim se foi o solitário, Navegando em meio ao mar tempestuoso; Carregando em seu convés as experiências vivenciadas. 114