Revista LiteraLivre 12ª edição | Page 39

LiteraLivre Vl. 2 - nº 12 – Nov./Dez. de 2018 — Depois de tal seleção, você utilizava técnicas psicológicas ou magias negras para manipular suas mentes? Ou possuía algum protocolo para isso também? Se você não fosse feito de carne e osso, eu não te consideraria um humano. Mas indo direto ao ponto, meu objetivo é traçar um perfil psicológico e te mandar para um lugar, onde toda essa sua filosofia monstruosa e psicótica não machuque mais ninguém. — Tudo é um processo. A escolha. O que dizer e como se pronunciar. Após penetrar em suas mentes, metade do trabalho já estava feito. Meu trabalho era simplesmente liberar aquilo que todo ser deseja, e se pondera. O desespero, ou o terror se preferir. Isso é fantástico doutor. O conflito, as dúvidas que são geradas por suas próprias mentes. Presenciando tal experiência, me faz ter certeza sobre a vida. — Mas que diabos de insanidade e delírios são esses? Morte, terror, desespero, foi tudo que você causou o que há de beleza nisto? Mulheres mortas, famílias e amigos em sofrimento, não está falando sério. Está me manipulando também? — Creio que devemos partir do mais simples para o mais complexo doutor. Vou te explicar o processo. Todos dizem que assassinos são frios, certo? Mas estão enganados. Tudo é sentimento. Precisa-se de muito amor para matar, torturar, mentir e manipular. É necessário estar no ápice da experiência humana para isto. Alguém com pouco afeto, jamais será um assassino. O que ganhamos fazendo isso? A beleza da vida. O sentido da nossa existência. E apenas isso. — Percebo que é bom com as palavras. Porque não usou tais habilidades para o bem? Teria encontrado mais sentido na vida de tal forma, do que fazendo três mulheres se suicidarem dentro de suas casas. Não há qualquer vestígio de dano físico ao corpo, e claro que é impossível uma avaliação psicológica das falecidas. Como é possível algo assim? Se não fosse os bilhetes de despedidas que todas deixaram para as famílias, nunca saberíamos. Tem uma menção honrosa a você nos bilhetes. Seu nome completo, e a descrição do local no qual se encontravam. Possivelmente, encontrava cada uma em dia diferente. O que quero saber é como 33