Revista LiteraLivre 12ª edição | Page 117

LiteraLivre Vl. 2 - nº 12 – Nov./Dez. de 2018 levantam e simplesmente pegam outros pratos, afastando-se da briga soltando risadinhas. O homem quarentão saca seu celular último modelo e começa a gravar a luta, sorrindo. A loira corre e pega Assínia pela garganta, estrangulando-a, como seu próprio pai fora estrangulado dias antes. A moça de olhos castanhos puxa os cabelos da sua rival, arrancando tufos loiros que se prendem entre seus dedos e quando a jovem está prestes a desfalecer, sua mão varre a mesa procurando algo que possa usar contra a outra. Sente a borda de um prato e imediatamente destrói a cerâmica na cabeça da antagonista. A loira bambeia se apoiando em uma mesa, sua mão tateia e segura em algo comprido e frio. Uma faca de cortar carne, ainda suja de molho. Coloca a mão nos cabelos retirando-a com sangue e avança sobre Assísia, usa a faca afiada que pegou sobre a mesa e faz um arco abrindo um talho na sua inimiga. A pele do rosto da garota de cabelos castanhos se desprende como a página solta de um livro e ela grita. Quando a loira pretende dar o golpe de misericórdia, tropeça na gordura da comida e se estatela no chão, a faca voa longe e sem perder tempo, Assínia empurra a pesada máquina de café expresso de sobre o balcão que cai sobre a cabeça da loira, desacordando-a com o golpe. Atraída pelos gritos, a polícia invade a lanchonete, armas em punho. - Todo mundo! Parados! Olham para a mulher caída sem sentidos no chão e após se inteirarem dos fatos, um deles empresta seu revolver para a jovem ferida que mata a loira com três tiros certeiros na cabeça, fazendo com que seu cérebro se espalhe pelo assoalho sob as vivas e aplausos dos presentes. Poucos minutos depois, o vídeo de sua luta já está na internet sendo assistida por milhares de pessoas no mundo todo. Seu rosto com a pele dependurada é manchete por vários dias. 111