LiteraLivre Vl. 2 - nº 11 – Set/Out. de 2018
Hora Morta
Luís Amorim
Oeiras – Portugal
Pela noite dentro, tudo calmo parecia, bem perto do centro onde a vila,
diziam muitos, «Já não tem vida», quando «Tudo por ali acontecia» no antes
longínquo. Agora, no então de enredo e com a presente calma no papel, referia
este que os sonos duravam até ao ser dia sem interrupções que assinalassem a
mais pequena agitação. Mas certa noite, que o jornal local à presente consulta
não soube com precisão esclarecer por se tratar de crónica assinada sem
complemento de data quanto aos verídicos, escrevia-se, acontecimentos, o
chafariz próximo da residência em questão começou do nada a largar gotas com
dezena de segundos aproximados, para o sonoro recipiente. Encontrava-se
dentro de pequeno jardim, fechado apenas durante a noite ou talvez não, quando
no diurno era obrigatória visita de turistas procurando uma recordação junto do
histórico monumento. Já não tinha água corrente, daí que começar de
madrugada a revelar a sonoridade da mesma perante sonos que se pretendiam
descansados, seria de todo completamente inesperado. Mas foi isso mesmo a
suceder, fazendo crença na tal crónica, sobre acontecimentos de eras outras. A
família acordada no de repente foi, sobressaltada para fora de casa, na de
chafariz direcção com a rapidez que a água determinava ao sonoro cair. Uma vez
ali chegados e quando o relógio marcava três ponteiros na fria madrugada, parou
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