LiteraLivre Vl. 2- n º 11 – Set / Out. de 2018
a queda de água pelo chafariz então determinada. Voltaram para dentro de casa, no convencimento que poderiam enfim descansar sossegados no dormir entretanto interrompido. Puro engano. Mal se deitaram, casal e filha, sentiram de imediato água caindo no estrondo da noite sem esse maçador pormenor, agradavelmente silenciosa. E assim foi pela madrugada dentro, impedindo o sono de vencer em prol do merecedor descanso. O dia seguinte decorreu com normalidade até à chegada pela noite, com a madrugada a dar sinal, de mais água caindo « No sítio do costume » pelas três horas no seu iniciar. Nova precipitação exaltada até ao chafariz para este se calar no jorrar de água, gota a gota sem piedade quanto ao sono familiar. Novo conformar de situação aparentemente inexplicável por ser às três exactas horas de cada nova madrugada, « A hora morta » dita pelo pai de família que, durante o dia foi investigar o que lhe foi possível na biblioteca local sobre « O impiedoso monumento », onde leu sobre invocação maligna naquele mesmo lugar algumas gerações antes. Resolveu então solicitar a presença de amigo sabedor do ritual de exorcismos para solucionar o problema, convencido de ser esse o mais acertado no agir que teria forçosamente de acontecer. Ritual feito pela exacta hora maligna e consequência esperada de não mais cair gota de água qualquer. Só que na seguinte noite, elas, as gotas voltaram a fazer-se ouvir. Com rolha pronta a ser encaixada, mesmo à real medida, o cair de água cessou e assim pareceu à família o tranquilo final de estória. Mais dia outro até à nocturna ocasião por acrescento de enredo e na vez essa à de costume hora, as três, o ruído outro era que levou a família a conferir com exaltação o que então se passava. Era o padre em estranho ritual ou talvez não, com um exorcismo aparente, o qual para espanto familiar, afirmou na sua forte convicção ser o oficial que, independentemente da ocasião e dos seus envolventes, unicamente resulta e bem no sempre que for preciso.
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