Revista LiteraLivre 11ª Edição | Page 131

LiteraLivre Vl. 2 - nº 11 – Set/Out. de 2018 O Senhor e a Flor Igor Rodrigues Santos Rio de Janeiro/RJ Um senhor encontra uma pequena planta a beira de uma estrada E com cuidado escava, desprendendo suas raízes do chão Em seguida tira do bolso da camisa, um saco plástico E põe a plantinha dentro dele, com um punhado de terra Ao chegar em casa sua esposa vê a planta em suas mãos E lhe diz, essa planta está morta, nada poderá fazer por ela A esposa já conhecia bem seu marido, e sabia de seus costumes Que era de tentar salvar tudo, o que para os outros, não tinha salvação Ao ouvir sua esposa, o senhor apenas deu um breve sorriso Em seguida caminhou até uma área reservada do quintal Onde só ele conhecia bem Dias se passaram, todos já havia esquecido da plantinha Até que chegou o aniversário de uma de suas filhas E como não tinha dinheiro para comprar um presente O senhor colheu flores, fez um lindo buque, e a presenteou Eram flores lindas e cheirosas, rosas sedosas Todos ficaram admirados com tamanha beleza Que encanto diziam. Após alguns dias passados, depois da festa O senhor continuou a colher flores, e pô-las em jarros Em cada canto da casa Sua esposa acordava se sentindo em um jardim Era a casa mais feliz da humilde cidade A notícia da casa florida foi se espalhando E logo uma multidão começa a chegar para ver tudo de perto Todos os dias o senhor saia cedo de casa, e dizia para a esposa que logo voltaria Essa era sua rotina Mais um dia ele saiu, e não voltou, após incessantes buscas, seu corpo foi encontrado por vaqueiros as margens de um riacho Acredita-se, que ao se aproximar demais, que ele escorregou E bateu com a cabeça em uma pedra, já que lá havia muitas. Com a morte do senhor, as flores da casa não foram mais trocadas Tudo foi ficando sombrio De casa mais florida, e feliz, do pequeno vilarejo 125