LiteraLivre Vl. 2 - nº 11 – Set/Out. de 2018
Quando jovem todos elogiavam sua beleza. Hoje já não tinha mais a pele viçosa,
mas não era de todo ruim. As sobrancelhas um tanto arqueadas como a indagar
da vida e de si mesmo o que viria a seguir. Estava preparada para o futuro. Já
havia feito um lastro de emoções que lhe davam força para enfrentar novos
desafios. Só quem está morto não sofre. E se o sofrimento aprimora, ela se
sentia aprimorada pelas atribulações que a vida a presenteara. Já não tinha a
boca marcada como de outrora e as linhas de expressão estavam mais marcadas.
Mas isso significava que ela tinha vivido o suficiente para armazenar experiências
diversas, um aprendizado relevante o que a tornava uma pessoa interessante no
trato com os outros.
Apesar das dores e tristezas era uma pessoa que cultivava a esperança e a
alegria. O Olhar ainda conservava certo brilho. Ainda sorria com o olhar. Sentiu-
se satisfeita com o exame e o próprio sorriso no fundo dos olhos esverdeados
onde enxergava sua alma.
Deixara um rastro de alegria, amor, amizade, perseverança, gentileza em seus
locais de trabalho, em suas relações pessoais de amizade, familiar e sentia-se
uma pessoa bem amada, bem sucedida e satisfeita. Vivia perto da família, ainda
tinha muitos planos para o futuro e muitos sonhos a realizar. A imagem no
espelho se mostrava por inteiro e sem subterfúgios. Não tinha nenhuma
maquiagem a disfarçar nada e o resultado a deixava em paz. Sua alma está em
paz. Podia perceber tudo isso sem mágoa ou angústia. Estava pronta para seguir
em frente e desfrutar o que a vida ainda podia lhe apresentar. A reflexão era
produtiva. Descansada fechou os olhos e suspirou tranquila. Não precisava
buscar mais nada no espelho. Estava tudo gravado em seu coração.
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