Revista LiteraLivre 11ª Edição | Page 115

LiteraLivre Vl. 2 - nº 11 – Set/Out. de 2018 Nunca terá um nome Hianca Santos Silva Feira de Santana/BA Eu sempre narro as minhas crises a algum papel e detesto reler meus desabafos porque no fim da minha narrativa na síntese dos porquês não existe nada. O estalo. O despertar do horror de tudo quanto cerca para a consciência do nada quanto afasta. Na pulverização do entendimento o sentido se desfaz, tamanha inconcretude. Na marcação do soluço o movimento da lágrima e o tom da dor numa canção constrangida que nunca terá um nome porque eu jamais aceitaria o descontrole e por isso mesmo é que ele nunca se anuncia. Sempre com a disposição dos provocadores me propõe o desafio da entrega me deixa crer na autonomia e sequer faz ameaças de retorno mas sempre volta pelos meus olhos. Tem que ser circunscrito tem que ser narrado porque é na palavra que ele se esgota. E então, eu rasgo. https://www.facebook.com/hianca.santos 109