Revista InfoRede I TCC ETHCI 2017_2 | Page 11

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Dia 20 de novembro, às 19h, tivemos um encontro dos estudantes realizado no auditório da Escola de Turismo e Hotelaria Canto da Ilha-CUT, onde foi abordado o tema Consciência Negra. Esta data comemorativa foi idealizada pelo grande poeta Oliveira Silveira (1941 - 2009) – POETA DA CONCIÊNCIA NEGRA, que adotou o dia como referência devido à morte do Zumbi dos Palmares. “O dia da Consciência Negra veio para fortalecer nossa identidade” Naiara Rodrigues Silveira, filha única de Oliveira Silveira. Para abertura das atividades e descontração do público, às 19h10min tivemos a apresentação de uma peça de teatro de autoria própria da turma de Auxiliar de Pessoal, com o nome de Vozes da África. Atuação vibrante e tocante, que só quem esteve presente pode sentir o envolvimento dos atores e a mensagem passada por eles. O enredo da historia demonstrou a forma cruel que os negros escravos eram tratados e vendidos como objetos. Entre cenas, pausas com frases recitadas para a plateia, para refletir se o presente não se espelha no passado de uma forma mascarada. No fechamento da peça, foi recitado um poema de Castro Alves. “Existe uma história do povo negro sem o Brasil. Mas não existe uma história do Brasil sem o povo negro.” Às 19h40min, Marcos Rodrigues da Silva, Mestre em Teologia, Doutor em Ciências das Religiões e Pós Doutor em Educação, iniciou sua palestra com o tema O MUNDO DO TRABALHO E OS NEGROS. Que com excelência em seu conhecimento, difundiu para os presentes dados estatísticos dos índices de desocupados, criminalidade, mortalidade de negros, assim como sua proporção em cada região. Algo que chamou atenção em sua palestra, e que nos traz um caminho de solução para a desigualdade de nossa sociedade, foi à ideia de UBUNTU, uma antiga palavra africana que tem origem na língua Zulu (pertence ao grupo linguístico bantu). Uma palavra com diversos significados humanísticos, os mais citados nos mecanismos de pesquisas são: “Humanidade para os outros” ou “Sou o que sou pelo que nós somos”. Às 21h10min, Vera Marques, Doutora em Educação e professora da UDESC, iniciou sua palestra com o tema ONDE ESTA O DIREITO DAS MULHERES NEGRAS. Nela, Vera falou sobre a origem de nossa cultura de sociedade masculina de homens e mulheres. Expôs que a primeira divisão de trabalho foi à procriação de filhos, onde a mulher fica em casa cuidando dos filhos e o homem cuida de suas propriedades. A mulher, tratada como objeto de possessão, deixa de ser propriedade do pai e passa a ser propriedade do marido. Após os palestrantes, foi aberto espaço para questionamentos sobre os assuntos abordados. Para finalizarmos este encontro de aprimoramento de nossos saberes sobre a Consciência Negra, nada melhor do que a própria cultura negra, disposta em uma roda, na harmonia do som de palmas, percussão e berimbau. No centro, um jogo entre a dança e a luta de capoeira angolana, do grupo Angoleiro Sim Sinhô do Rio Vermelho. 11