DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Dia 20 de novembro, às 19h, tivemos um encontro dos estudantes realizado no
auditório da Escola de Turismo e Hotelaria Canto da Ilha-CUT, onde foi abordado o
tema Consciência Negra. Esta data comemorativa foi idealizada pelo grande poeta
Oliveira Silveira (1941 - 2009) – POETA DA CONCIÊNCIA NEGRA, que adotou o dia
como referência devido à morte do Zumbi dos Palmares.
“O dia da Consciência Negra veio para fortalecer nossa identidade”
Naiara Rodrigues Silveira, filha única de Oliveira Silveira.
Para abertura das atividades e descontração do
público, às 19h10min tivemos a apresentação de uma
peça de teatro de autoria própria da turma de Auxiliar
de Pessoal, com o nome de Vozes da África. Atuação
vibrante e tocante, que só quem esteve presente pode
sentir o envolvimento dos atores e a mensagem
passada por eles. O enredo da historia demonstrou a
forma cruel que os negros escravos eram tratados e
vendidos como objetos. Entre cenas, pausas com
frases recitadas para a plateia, para refletir se o
presente não se espelha no passado de uma forma
mascarada. No fechamento da peça, foi recitado um
poema de Castro Alves.
“Existe uma história do povo negro sem o Brasil. Mas não existe uma história
do Brasil sem o povo negro.”
Às 19h40min, Marcos Rodrigues da
Silva, Mestre em Teologia, Doutor em
Ciências das Religiões e Pós Doutor
em Educação, iniciou sua palestra
com o tema O MUNDO DO
TRABALHO E OS NEGROS. Que
com excelência em seu
conhecimento, difundiu para os
presentes dados estatísticos dos
índices de desocupados,
criminalidade, mortalidade de negros,
assim como sua proporção em cada
região. Algo que chamou atenção em
sua palestra, e que nos traz um
caminho de solução para a
desigualdade de nossa sociedade, foi
à ideia de UBUNTU, uma antiga
palavra africana que tem origem na
língua Zulu (pertence ao grupo
linguístico bantu). Uma palavra com
diversos significados humanísticos, os
mais citados nos mecanismos de
pesquisas são: “Humanidade para os
outros” ou “Sou o que sou pelo que
nós somos”.
Às 21h10min, Vera Marques, Doutora em
Educação e professora da UDESC, iniciou
sua palestra com o tema ONDE ESTA O
DIREITO DAS MULHERES NEGRAS.
Nela, Vera falou sobre a origem de nossa
cultura de sociedade masculina de
homens e mulheres. Expôs que a primeira
divisão de trabalho foi à procriação de
filhos, onde a mulher fica em casa
cuidando dos filhos e o homem cuida de
suas propriedades. A mulher, tratada
como objeto de possessão, deixa de ser
propriedade do pai e passa a ser
propriedade do marido.
Após os palestrantes, foi aberto espaço
para questionamentos sobre os assuntos
abordados. Para finalizarmos este
encontro de aprimoramento de nossos
saberes sobre a Consciência Negra, nada
melhor do que a própria cultura negra,
disposta em uma roda, na harmonia do
som de palmas, percussão e berimbau.
No centro, um jogo entre a dança e a luta
de capoeira angolana, do grupo Angoleiro
Sim Sinhô do Rio Vermelho.
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