Coluna
Revista ideaas | UM |
TELEMEDICINA
A
Telemedicina chegou para ficar. E, em de-
corrência da transformação digital da nossa so-
ciedade, deverá estar consolidada no Brasil até
2025. Isso significa que todos os estudantes de Medici-
na que entraram na faculdade este ano deverão cursar
Telemedicina na sua formação, considerando que se
tornarão médicos em 2025.
Dr. Chao
Lung Wen
Telemedicina é o exercício da Medicina usando
recursos de tecnologias interativas, para possibili-
tar cuidados integrados e humanizados, aumento de
acesso da saúde aos pacientes, melhoria da eficiên-
cia da logística de cuidados, prevenção de doenças
e promoção da saúde.
A Telemedicina atua nas áreas de Assistência, Educa-
Trabalha com
ção e Pesquisa e vem contribuindo para a saúde brasilei-
Telemedicina desde
ra ainda de forma muito pontual. Ainda não evoluímos
1997, quando a
para um plano de logística de oferta de saúde (promo-
disciplina foi criada na ção da saúde e prevenção de doenças) e ampliação do
Universidade de São
acesso a serviços de saúde (hospitais, clínicas e consul-
Paulo. Desde 1998, é
tórios conectados). Numa nota com escala de 0 a 100,
responsável pelo curso estamos em 20.
de pós-graduação na
USP, onde é chefe do
departamento. Chao
Lung Wen foi um
dos idealizadores do
Programa Telessaúde
Brasil Redes, do
Ministério da Saúde,
em dezembro de 2005.
É muito importante que a Telemedicina não seja en-
tendida apenas como uma atividade de atendimento
não presencial, e sim como uma rede de serviços para
aumentar a eficiência no setor de Saúde e reduzir des-
perdícios.
E não há dúvidas de que as estratégias para a consoli-
dação da Telemedicina no Brasil deveriam envolver
a inclusão obrigatória da Telemedicina na formação
médica, assim como a criação de um centro de ino-
vação e empreendedorismo responsável em Saúde, a
criação de um plano estratégico de organização da
cadeia de serviços de Saúde, a organização de ações de
promoção de saúde e prevenção de doenças nas escolas
e comunidades, entre outros.
O errado é supor que Teleatendimento é apenas o uso de
uma câmera para médicos interagirem com pacientes.
A Telemedicina não substitui a Medicina, ela é
integrante e faz parte da Medicina.
Precisamos seguir exemplos que nos são dados no res-
to do mundo, onde o avanço em Telemedicina vem
sendo realizado muito rapidamente e alguns países já
a definiram como política de Saúde.
Porém, no Brasil, a Telemedicina com qualidade so-
mente será possível quando assumirmos com respon-
sabilidade a sua inclusão na formação médica, quando
desenvolvermos um centro de inovação e empreen-
dedorismo para acompanhamento contínuo das tec-
nologias e reorganização dos serviços e quando for-
marmos um grupo que faça a Arquitetura da Logística
de Saúde usando Tecnologias Conectadas Digitais.
Que seja em breve!
11