Revista Febase 87 - Novembro 2018 Febase-87-Pag-a-pag-versão-gráfica-9-11-18 | Page 29
união, força, cooperação, protecionismo.
Recorriam com muita frequência à icono-
grafia greco-latina, através da representa-
ção de templos, frontões e figuras com os
seus atributos. Faziam também uso de ico-
nografias repletas de animais emblemáticos
(a águia, o leão, o cão, etc.) e de animais mís-
ticos (a ave fénix). Também os emblemas de
identificação nacional surgiam nas chapas
de seguro de incêndio e automóvel.
FORMA E COR
Do ponto de vista formal recorriam a
formas simples e fechadas. O formato mais
utilizado era o retângulo, disposto hori-
zontalmente, na maior parte dos casos, as-
semelhando-se às placas de indicação das
ruas. Também eram utilizados os círculos,
ovoides, alguns triângulos e outras formas
compostas.
A cor nestas chapas era símbolo de
grandeza e de representação dos valo-
res institucionais. Valores que surgem das
cores emblemáticas nacionais como o
vermelho e o verde, a que se acrescentam
as cores heráldicas, como o preto, dou-
rado e prateado. Também aparecia com
alguma frequência o azul e o branco.
Para a sua produção usaram diferentes
materiais, mas as mais antigas são normal-
mente de chumbo. Nos começos do sé-
culo XIX o material preferido era o cobre
e posteriormente o ferro, o estanho e a
folha-de-flandres.
MEMÓRIAS
E porquê o Clube CHAPAS? Atraídos
pela memória do seguro e em especial
pelo encanto das chapas de seguros, Vítor
Alegria, em coautoria com José Pousinho
Henriques, e com fotografia de Carlos
Barata criaram, em 2008, o livro “CHAPAS –
Heráldica das Seguradoras”.
Vários foram os colegas da atividade
que após conhecerem o livro lançaram
aos autores o desafio de recolher as me-
mórias materiais e imateriais do seguro
e materializar um sonho muito antigo
de todos os profissionais de seguros: um
museu do seguro.
CLUBE CHAPAS
Nasce assim, em Lisboa, a 3 de março
de 2011, a associação sem fins lucrati-
vos CHAPAS – Clube História e Acervo
Português da Actividade Seguradora, que
se dedica a recolher, preservar e divulgar
as memórias do seguro.
O Clube CHAPAS orgulha-se de possuir
uma excelente coleção de chapas de se-
guro de incêndio, automóveis, agências
e correspondentes – peças de nacionali-
dade portuguesa e estrangeira.
Para criação de um espaço “memória do
seguro”, o Clube CHAPAS apelou a todos
os profissionais de seguros e familiares
dos não sobrevivos que por doação en-
tregassem ao Clube CHAPAS o seu espó-
lio e recordações profissionais, com esse
fim.
Desde fotos, apólices, peças em vidro,
cerâmica e porcelana, carimbos e sinetes,
cinzeiros, crachás, alfinetes de lapela, ga-
lhardetes, máquinas de escritório, taças e
troféus, tarifas, relógios, reclamos, vinhe-
tas, cartões de identidade de pessoal e
de sinistrados, títulos de ação, recibos de
prémio, condições contratuais… uma
imensa diversidade de peças que se tor-
nou numa coleção única de elementos
da história das seguradoras que constituí-
ram o mercado segurador em Portugal ao
longo de séculos.
ESPAÇO EXPOSITIVO
Em janeiro de 2019, resultado de uma
parceria entre o Clube CHAPAS e a APS -
Associação Portuguesa de Seguradores
vai ser inaugurado, nas instalações sede
desta, em Lisboa, um espaço de exposição
permanente sobre a história do seguro.
No início do próximo ano poderá, assim,
visitar presencial e gratuitamente um
vasto conhecimento sobre as memórias
do seguros, visualizar documentos e ou-
tras peças originais da coleção do Clube
CHAPAS, bem como por via digital e tec-
nológica toda uma narrativa de 725 anos
do seguro em Portugal.
Entretanto poderá acompanhar-nos
em www.clubechapas.pt ou na página de
Facebook: chapas clube chapas. w
FEBASE | novembro | 2018 – 29