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NOTÍCIAS STAS
ACTIVIDADE SEGURADORA
O que são “Chapas de Seguros”?
Em Portugal, chamamos “chapas
de seguro” – do ramo incêndio e
do ramo automóvel – às placas
que durante muitos séculos
foram fixadas ora nas frentes
dos edifícios, ora nos para-
choques e grelhas dos veículos,
e que mostravam os emblemas
das seguradoras
Texto | Vítor Alegria
A
s chapas de seguros de incêndio sur-
gem em Inglaterra, posteriormente ao
grande incêndio de 1666, que entre 2 e 5 de
Setembro destruiu um terço da cidade de
Londres. Por mera curiosidade, refira-se que
o incêndio deflagrou na padaria Thomas
Farynor, o padeiro do Rei Charles II.
Com a destruição de 13 mil casas, 87
igrejas e a catedral de S. Paulo, sem exis-
tência de seguro de incêndio, instalou-se
o caos na capital britânica. Atualmente
encontram-se assinalados, em Londres, os
locais, onde deflagrou o incêndio com o
“the monument” (https://www.themonu-
ment.info/), e o ponto onde terá sido ex-
tinguiu o incêndio “The golden Boy of Pye
Corner” (https://www.atlasobscura.com/
28 – FEBASE | novembro | 2018
places/the-golden-boy-at-pye-corner-
-london-england).
Um médico, Dr. Nicholas Barbon, pe-
rante o infortúnio ocorrido decidiu criar
uma empresa chamada Fire Office (1667),
a fim de segurar o risco de fogo sobre
imóveis. Seguiram-se outras seguradoras,
nomeadamente a Sun Fire Office. Estava
lançada a génese da moderna indústria
de seguros.
IDENTIFICAÇÃO
A Fire Office (1667) criou as primeiras
chapas de seguros de fogo (atualmente
ramo incêndio). Estas peças de metal
identificavam a seguradora e inclusive
assinalavam o número da apólice. Eram
oferecidas a quem contratasse o risco de
fogo, sendo colocadas por cima da porta
de entrada do acesso ao prédio seguro.
À época, não existiam corporações de
bombeiros em Londres, pelo que cada se-
guradora inglesa contratava um conjunto
de barqueiros (uma brigada), que na sua
rotina diária faziam a travessia de pessoas e
bens entre as duas margens do rio Tamisa.
Em caso de incêndio, a companhia de se-
guros era identificada pela chapa de seguro
e eram chamados os barqueiros pagos por
aquela seguradora, para apagar o fogo.
Está encontrada a razão para surgirem
as chapas, ou seja, identificarem a segura-
dora responsável pelo imóvel em chamas
e chamar a brigada de barqueiros con-
tratada pela companhia de seguros para
extinguir o fogo. Com o surgir das corpo-
rações públicas de bombeiros mantêm-
-se as chapas de seguros, mas com fins
publicitários.
Por todo o mundo são várias as segura-
doras que adotaram a ideia da oferta da
chapa de seguro de incêndio. Atualmente
é raro mas possível ver em prédios muito
antigos, em museus e coleções privadas
várias destas peças emblemáticas da his-
tória do seguro.
PUBLICIDADE
Em Portugal, as chapas metálicas que
se fixaram nos edifícios, desde o século
XVIII até meados do século XX, foram a
primeira manifestação publicitária das
companhias de seguros. Em linha com a
tradição inglesa, era feita a oferta de uma
chapa de seguro, em caso de subscrição
de uma apólice de seguro do ramo fogo.
Posteriormente, o seu uso estendeu-
-se ao ramo de seguro automóvel. Estas
chapas são de pequena dimensão, com
a imagem semelhante à aplicada nas de
incêndio e eram fixadas na grelha frontal
da viatura ou através de suporte fixado
no para-choques. Portugal foi dos poucos
países, na Europa, a adotar as chapas de
seguro automóvel.
O desenho e os motivos das chapas
são muito diversos e pretendiam refletir
os valores de nobreza, grandeza, justiça,