Revista Febase 85 - Julho 2018 Revista Febase 85 | Page 5

A delegação da UGT com os representantes da Palestina igualdade COMPROMISSO São vários os fatores que contribuem para que o mundo do trabalho seja injusto para as mulheres. Em primeiro lugar, durante os últimos cinquenta anos, quando muitas mulheres começaram a integrar de forma regular os mercados de trabalho, o mundo do trabalho não se adaptou a elas, exigindo-lhes antes que se adaptassem a ele, modelado pelos e para os homens. O emprego remunerado foi então simplesmente adi- cionado à “lista de tarefas” das mulheres. O seu tempo era visto como “elástico”, ao contrário do dos homens, e menos valioso. Em segundo lugar, as mulheres eram consideradas, e ainda o são, “elementos secundários” da força de trabalho, depreendendo-se que podem ser consideradas elementos descartáveis, aos quais se recorre ou se rejeita, de acordo com as necessidades. Em terceiro lugar, a igualdade de género é uma questão tradicionalmente considerada como feminina. As políticas e as medidas propostas para melhorar as condições das mu- lheres no trabalho apontam frequentemente para “mudar” as mulheres. Um princípio recorrente é que, para obter melhores em- pregos, as raparigas devem dedicar-se a profissões pre- dominantemente masculinas. Pelo contrário, raramente se orientam os rapazes para profissões tradicionalmente femininas. Desta forma reforça-se a ideia de que as mulheres valem menos. Além disso, o compromisso dos homens no domínio da igualdade de género é ténue e desigual, em consistência com a crença de que são as mulheres que precisam de ser “mudadas”, e não os homens ou os sistemas económicos. FEBASE | julho | 2018 – 5 CAUSAS