Revista FAATESP – Ano 1 / n° 01 – Ago 2014
Apesar da aceitação da ludicidade por
parte dos professores, essa aceitação não é
garantia de que esses professores teriam
uma postura lúdico-pedagógica. (SANTOS,
2008, p. 14) e nem que as grades
curriculares dos cursos de formação de
professores viriam dar maior ênfase a esse
tema.
Para que ocorra uma verdadeira mudança
de postura por parte dos professores é
preciso haver, primeiramente uma
mudança interna, ou seja, o professor, para
ser lúdico, precisa trabalhar, estimular o
seu hemisfério direito ao ponto de que,
naturalmente assumirá uma atitude lúdica
em sala de aula.
“A aula lúdica é aquela que desafia
o aluno e o professor e situa-os
como sujeitos do processo
pedagógico.”
(Fortuna
apud
Santos, 2008, p. 117)
Fortuna (2008) ainda reforça que uma aula
ludicamente
inspirada
não
é,
necessariamente, aquela que ensina
conteúdos com jogos, mas aquela em que
as características do brincar estão
presentes, influindo no modo de ensinar
do professor, na seleção dos conteúdos, no
papel do aluno. Nesta sala de aula,
convive-se com a aleatoriedade, com o
imponderável; o professor renuncia a
centralização, à onisciência e ao controle
onipotente e reconhece a importância de
que o aluno tenha uma postura ativa nas
situações de ensino, sendo sujeito de sua
aprendizagem; a espontaneidade e a
criatividade
são
constantemente
estimuladas.
Segundo pesquisa de mestrado feita por
Lombardi (2005), poucas universidades no
Brasil tem em seus currículos disciplinas
que colocam o lúdico como área de
conhecimento.
Um situação lamentável que só sustenta
uma situação: professores em seus
pedestais ministrando aulas, transmitindo
seus conhecimentos e alunos ouvintes,
podendo ser chamados ainda nos dias
atuais de “tábulas rasas”, como diria Paulo
Freire (1996).
“Preparar os educadores apenas
para
enfatizarem
atividades
lógicas
e
racionais,
afeta
diretamente o aluno que se vê
desde cedo incrédulo de sua
potencialidade.” (CAFÉ & RAMOS
& FILHO & AGUIAR, p. 4)
Por outro lado:
“A vivência da ludicidade como
fazer pedagógico durante o
processo
de
formação
do
professor instiga o ato criador e
recriador,
crítico,
aguça
a
sensibilidade, o espírito de
liberdade e a alegria de viver”
(GRILO & QUEIROZ & SOUZA &
PINTO, 2002, p. 4)
3. EMPRESA E ESCOLA – UM DIFÍCIL
DIÁLOGO
“A busca é quebrar esse
paradigma escolar vigente desde
sempre, onde o criar não existe,
em que o sujeitos não existem,
tanto no individual, como no
grupal – o que existe é um
estereótipo de pessoas com
grandes olhos, ouvidos e mãos
para memorizar e (re) produzir.”
(Ferreira & Coelho apud Santos,
2008, p. 123)
Existe um fato difícil de contestar: escola e
empresa são universos separados,
independentes
e
que
dificilmente
dialogam.
Esse escasso diálogo ocasiona muitos
problemas, entre eles: o despreparo dos
alunos para o mundo do trabalho e o
ínfimo aproveitamento da produção
científica de ambos os lados.
No campo da andragogia, podemos dizer
que das pesquisas de Knowles na década
de 70 sobre o ensino de adultos foram
melhor aproveitadas na área empresarial
23