Revista Eletrônica IEPFAD Revista Eletrônica IEPFAD - Ed.9 _set.2019 | Page 9

forma “firmamentum” encontrado na Vulgata com o significado de “suporte”, uma vez que se refere à função do chamado céu de separar e suportar as águas acima dele. águas. Não por acaso, no livro de Jó, capítulo 37 e versículo 18, está escrito: “Porventura podes, como Deus, estender o firmamento, que é sólido como um enorme espelho de bronze?” [versão KJA]. o Vê-se que ao se falar apenas do céu visível, aquele imenso e belo azul sobre a Terra, encontram-se duas vertentes de conhecimento bastante distintas: de um lado, o conhecimento da ciência acadêmica homologando o céu como uma sucessão de camadas de gases para além da qual se encontra o espaço contido no vácuo. De outro lado, o conhecimento Bíblico assume que o céu é uma cobertura rígida para além da qual se encontram as águas de cima, que foram separadas das águas debaixo: os nossos bem conhecidos mares. Os desdobramentos destes conhecimentos são severos, razão pela qual, a princípio, a análise ficará mantida exclusivamente sobre o céu ser uma cobertura sólida ou uma composição gasosa. E só isso já dá muito pano pra manga! difundido e vendido da história. Entre as milhares de versões, é bastante plausível o destaque à King James Atualizada, em língua portuguesa, uma vez que esta versão não é uma tradução A partir desta perspectiva, tudo de sua predecessora em língua muda de figura e agora os inglesa, a Authorized King James citados versículos conseguem ser Version, mas a tradução direta dos assumidos na sua forma literal, manuscritos originais em hebraico, afinal, uma espessa placa rígida aramaico e grego. Suas bases poderia sustentar águas acima textuais são complexas e incluem dela, permitindo a separação das os documentos originais mais antigos das Escrituras: os Manuscritos do Mar Morto; além da Septuaginta, da e do Pentateuco conhecimento Bíblico Vulgata Samaritano do século assume que o céu é uma 4 antes de Cristo. Entre cobertura rígida para outros! Trata-se, portanto, de uma das versões mais além da qual se encontram confiáveis das Escrituras as águas de cima, que foram e colocá-la em dúvida compromete de alguma separadas das águas debaixo forma os escritos originais. águas proposta em Gênesis 1:7. Embora possa haver literalidade na forma textual, será que se pode assumir esses versículos como literais também da perspectiva existencial? Afinal, eles não parecem coerentes com o céu ensinado pela ciência. Teria sido a versão bíblica King James assertiva na utilização do termo “Firmamento”? Ao se considerar que outras versões da Bíblia trazem um termo diferente deste, poderá ‘Firmamento’ ser o mais coerente para o entendimento do que se chama “céu”? Ao redor do mundo, são encontradas mais de 1.900 versões da Bíblia Sagrada em mais de 1.300 idiomas. Sem quaisquer margens para dúvidas, trata-se do livro mais REVISTA ELETRÔNICA IEPFAD Independentemente disso e ainda que se tente, sob quaisquer justificativas, contornar ou até mesmo negar o termo ‘Firmamento’ de King James Atualizada [também utilizado em outras versões além desta], adotando o termo ‘Expansão’ encontrado em outras versões, é impossível retirar da Bíblia o seu significado, uma vez que o termo hebraico raqiya’ ( ) deriva da raiz etimológica raqa’ ( ) cujo significado remete a martelar o metal a fim de transformá-lo em uma placa metálica. A partir deste radical etimológico, chega-se ao termo ‘Expansão’, referindo-se à ação literal de expandir o metal para transformá-lo em uma placa. Logo, seja ‘Firmamento’, seja ‘Expansão’, a Bíblia está se referindo ao céu como uma estrutura espessa, rígida e sólida criada por Deus para fazer separação no meio das Esse dilema poderia ser facilmente liquidado se alguém ou alguma coisa pudesse alcançar o ponto mais alto do céu para constatar qual das duas propostas corresponde à realidade. E se você faz parte do imenso grupo que acredita que isso já aconteceu e que o conhecimento científico, portanto, já se estabeleceu nesse sentido, chegou a hora de começar a encarar a verdade de frente e compreender que o ser humano jamais ultrapassou a chamada baixa órbita da Terra [leia aqui], de maneira que seja por um lado, seja por outro, o que se tem, a princípio e de fato, são duas proposições distintas para as quais cabe análise, observação PÁG. 9