Revista de Medicina Desportiva Novembro 2020 Novembro 2020 | Page 29

de outras fontes . Indicou que seria necessário ingerir 600gr de brócolos , por exemplo , para fornecer a mesma quantidade de cálcio que um copo ( 250ml ) de leite ( primeira figura ). Por outro lado , referiu , a biodisponibilidade dos vegetais é questionável e não garante a absorção do cálcio ingerido .
Afirmou , de modo categórico , que as bebidas vegetais estão proscritas no 1 º ano de vida e não estão recomendadas como substitutos do leite até aos 3 anos de idade . Explicou que são bebidas muito desequilibradas
em termos de composição de macronutrientes , têm elevado teor em açúcar e baixo teor em proteínas e , apesar de lhes serem adicionadas cálcio , questiona-se a biodisponibilidade deste . Em elação à vitamina D relembrou que o organismo a sintetiza através da exposição cutânea à radiação solar ( 90 %) e os restantes 10 % provêm da dieta , o que significa que a prática de exercício físico e a exposição solar são determinantes . Apresentou os valores adequados de suplementação em idade pediátrica ,
que é obrigatória durante o 1 º ano de vida , mas que se deve estender até ao 2 º ano , já que está recomendada a não exposição solar em idades tão jovens . Por outro lado , e tendo em consideração os hábitos da população juvenil , associado às condições climatéricas e à menor duração do dia durante o outono e inverno , faz sentido prolongar a suplementação neste período . Num estudo espanhol e outro realizado na cidade do Porto , quase 50 % dos adolescentes apresentaram défice de vitamina D .
Terminou a exposição abordando o tema do exercício físico , apresentando os resultados de um estudo , onde se demonstra claramente que as atletas têm maio MO em relação às sedentárias ( terceira figura ).
O início do exercício físico antes da menarca é importante . Noutro estudo , realizado no Porto , de 11 semanas de duração , o incremento de MO foi maior no grupo de adolescentes que ingeriu diariamente mais cálcio e praticou exercício físico .
Nem todos os desportos têm o mesmo impacto na saúde óssea , sendo de privilegiar os de impacto ( corrida , por exemplo ) e os de força , já que a natação não tem o mesmo efeito estimulador . Em conclusão , para a boa saúde óssea é necessário um estilo de vida fisicamente ativo e prática regular de EF que envolva grandes grupos musculares e implique impacto no solo , a suplementação com vitamina D nos meses do outono e do inverno de acordo com as recomendações para a idade e estilo de vida e , finalmente , a vigilância da saúde óssea e dos status da vitamina D . Dado que a doença por SARs-Cov-2 obrigou ao confinamento , ao sedentarismo , com consequente menos impacto musculosquelético , e à menor exposição solar , a suplementação com vitamina D faz todo o sentido .
O Dr . Jorge Pereira , um dos fundadores da APO
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