Revista de Medicina Desportiva Novembro 2020 Novembro 2020 | Page 31

Figura 2 - Imagem RM no plano axial e sagital em DP FS – entese do músculo adutor longo com espessamento do tendão , hipersinal intratendinoso e delaminação da inserção púbica .
Figura 3 – Imagem RM no plano coronal em DP FS – EMO púbico esquerdo , com hipersinal da medular óssea em sequência sensível ao líquido . presença e intensidade do EMO se possam correlacionar com a gravidade da síndrome pubálgica do atleta 7 , com uma prevalência entre 28 e 100 % de atletas com dor púbica de longa evolução . 2 No entanto , também foi encontrado EMO em 0 a 65 % dos atletas assintomáticos 2 e um estudo relatou EMO em 50 % de um grupo de controlos assintomáticos sedentários . 8 Com base nestes resultados , a relevância do EMO em relação aos sintomas ainda permanece por esclarecer .
Sinal da fenda secundária e superior
O sinal de fenda secundária traduz- -se por imagem linear com intensidade de sinal idêntica à do líquido e que se estende ínfero-lateralmente desde a vertente inferior da sínfise nas imagens coronais em RM ( Figura 4 ). Foi relatada no lado sintomático de 52 % 9 , 67 % 10 e 88 % 11 dos atletas
Figura 4 - Imagem RM no plano coronal em DP FS – imagem linear , com hipersinal em sequência sensível ao líquido , a delinear a vertente ínfero-lateral osso púbico direito . com síndrome pubálgica relacionada com sínfise púbica em três estudos de RM . Os controlos assintomáticos nesses estudos não apresentaram o sinal da fenda secundária , independentemente de serem atletas 10 , 11 ou sedentários . 9 O significado da fenda secundária é discutível , embora os autores argumentem que pode representar um sinal indireto de lesão no local de inserção do músculo adutor no osso púbico , indicador de microrroturas na cápsula articular sinfiseal . Um estudo mais recente 12 apresentou um novo sinal radiológico , denominado sinal da fenda superior ( Figura 5 ). Ao contrário do sinal da fenda secundária , este sinal da fenda superior é uma linha com intensidade de sinal idêntica ao líquido que se estende paralelamente à margem inferior do ramo púbico superior . Tem localização mais anterior e superior relativamente ao sinal da fenda secundária , mas também é interpretado como um sinal indireto de uma lesão /
Figura 5 - Imagem RM no plano coronal em DP FS – imagem linear , com hipersinal em sequência sensível ao líquido , paralela à margem inferior do ramo púbico superior . laceração no local de inserção do músculo reto abdominal / adutor longo , embora careça de confirmação e valorização clínica por estudos adicionais .
Discussão
A avaliação radiológica da dor púbica de longa evolução permanece uma tarefa desafiante . A evidência atual é baseada em poucos estudos , heterogéneos e de qualidade metodológica variável , e apenas alguns deles documentam os achados no exame clínico , impedindo assim uma classificação precisa das entidades clínicas e diagnósticos que afetam os participantes do estudo .
Cinco achados radiológicos principais são referidos na literatura : alterações degenerativas da sínfise púbica , patologia na inserção dos músculos adutores nos ossos púbicos , edema medular do ósso púbico , sinal da fenda secundária e sinal da fenda superior . No entanto , os achados imagiológicos positivos em estudos de RM em jogadores de futebol parecem estar relacionados com alterações adaptativas secundárias à prática do futebol , sem evidente correlação entre o quadro clínico e a sua gravidade e os achados imagiológicos .
A terminologia diagnóstica existente é confusa , limitando a comparação direta entre os estudos existentes , o que complica ainda mais a interpretação dos achados radiológicos relatados . Embora a RM seja comumente usada para avaliação de alterações patológicas na
Revista de Medicina Desportiva informa novembro 2020 · 29