esta modalidade de treino do que atletas profissionais sem deficiência , mas têm uma tolerância semelhante à de atletas semiprofissionais . 7
Sterba et al . publicaram um estudo sobre a inclusão de jovens com paralisia cerebral em programas de prática de esqui . A paralisia cerebral inclui um espectro vasto de défices motores e posturais , causando limitação da atividade , que são atribuídos a distúrbios não progressivos ocorridos no desenvolvimento do cérebro fetal ou infantil . Neste estudo foram incluídos doentes com formas menos graves de paralisia cerebral espástica , que apresentavam capacidade para a marcha , com ou sem produtos de apoio . Os participantes realizaram sessões semanais de esqui , cada uma de 90 minutos , durante 10 semanas . As aulas incluíam vários instrutores e auxiliares que asseguravam a segurança dos participantes . Não se registaram lesões desportivas neste estudo . Verificou-se melhoria do equilíbrio , força muscular , independência na marcha e no subir / descer escadas . Verificou-se uma evolução clínica favorável em todos os participantes , com maior independência quanto à marcha , subir / descer escadas , transferências e alternância de decúbitos , tendo sido aplicado a todos o Gross Motor Function Classification System . 8 Os autores destacam ainda o impacto positivo na qualidade de vida pela sensação de inclusão nas atividades desportivas . A melhoria na independência manteve-se quando os participantes foram reavaliados , 10 semanas após terminarem a intervenção .
Apesar da prática desportiva estar aconselhada para a população em geral e para pessoas portadoras de deficiência , esta não é isenta de riscos e associa-se a lesões . Quando se comparam os Jogos Paralímpicos
de inverno com os Jogos Paralímpicos , verifica-se maior incidência de contusões , fraturas e concussões , provavelmente devido à alta energia cinética da velocidade e aos impactos inerentes às modalidades . As úlceras de pressão são uma morbilidade frequente nos desportos de inverno adaptados devido à necessidade de utilização de dispositivos de equipamento adaptado . 2 , 9
Segue-se uma breve descrição das adaptações necessárias e lesões típicas das três modalidades com mais participantes : esqui alpino , esqui nórdico e para-hóquei no gelo .
Esqui alpino
O esqui alpino adaptado envolve a utilização de esquis com suportes laterais , esquis com cadeira e monoesquis . Os atletas competem pelo melhor tempo de prova em percursos com variados obstáculos . Surgiu durante o século XX após o súbito aumento de atletas amputados em ferimentos de guerra que procuraram manter-se ativos na modalidade . Em 1967 , foi criada a NASA ( National Amputees Skiers Association ), a qual foi a primeira organização oficial de desporto adaptado nos EUA . Algumas particularidades do esqui alpino adaptado são , por exemplo , o maior número de treinos no percurso antes da prova , pistas mais largas e a ausência de obstáculos que necessitem de saltos para serem ultrapassados . Os obstáculos têm declives menores do que no esqui alpino convencional .
Esqui nórdico
O esqui nórdico , ou de corta-mato , surgiu pela primeira vez nos Jogos
Paralímpicos de Inverno em 1976 . O biatlo ( esqui corta-mato e tiro ao alvo ) foi incluído como desporto paralímpico em 1988 . Atualmente participam nesta modalidade atletas com variados graus de incapacidade motora , mas também com alterações graves da acuidade visual . Para estes atletas existem sinais sonoros para garantir que se mantêm no percurso da prova . Quando comparado com o esqui alpino , o esqui nórdico tem menor incidência de lesões desportivas . 10 Verificou-se que os atletas sitskier , que competem sentados em cadeira adaptada com lâmina de esqui , têm menor incidência de quedas e lesões quando comparados com os que competem com outros dispositivos de adaptação .
Para-hóquei no gelo
Trata-se de uma modalidade em crescimento , especialmente nos EUA , Canadá e Suécia . É praticado habitualmente por atletas com lesão vertebromedular ou lesões traumáticas e neurológicas crónicas que comprometam a função dos membros inferiores . Os atletas jogam sentados , num equipamento equiparável a um trenó . Uma das principais adaptações é que jogador utiliza dois sticks que servem simultaneamente para impulsionar a locomoção e para disputar o disco que permite a marcação de pontos . As regras da International Ice Hockey Federation aplicam-se ao para-hóquei no gelo . As lesões habituais nesta modalidade advêm habitualmente de momentos de colisão entre atletas durante a disputa do disco . Num estudo realizado nos Jogos Paralímpicos de Inverno de 2010 , 47,5 % das lesões foram dos membros superiores , 35 % foram traumatismos da coluna
Figura 1 – Esqui alpino
Fonte : http :// iranthisway . com / tag / dizin /
Figura 2 – Esqui nórdico
Fonte : https :// www . youtube . com / watch ? v = Q6VME1FRy20
Figura 3 – Para-hóquei no gelo
Fonte : https :// www . cbc . ca / sports / paralympics / ice- -hockey / united-states-canada-para-hockey-worlds- -gold-recap-1.5123363
14 novembro 2021 www . revdesportiva . pt