Atualidade
Rev
. Medicina Desportiva informa , 2021 ; 12 ( 6 ): 8-9 . https :// doi . org / 10.23911 / Substituicao _ concussao _ 2021 _ nov
A Substituição por Concussão Cerebral
Dr . Basil Ribeiro Medicina Desportiva . Vila Nova de Gaia
A Internacional Football Association Board ( IFAB ) publicou em 8 de fevereiro de 2021 uma alteração à Lei 3 , a referente aos jogadores – The players : trials of additional permanent “ concussion substitutes ”, na qual entrou em vigor com dois protocolos . Dado que é de caráter experimental , a IFAB solicita o fornecimento posterior de informação sempre que ( apenas ) um dos protocolos seja utilizado de modo completo , nas competições por ela organizadas , mas também nas Nacionais .
Esta publicação surge na sequência da grande preocupação que a UEFA tem com a saúde e segurança dos futebolistas que participam nas competições por ela organizadas . No início do documento a IFAB fornece algumas justificações para a implementação desta lei :
• Reduz a pressão sobre a equipa médica para tomar uma decisão rápida
• Previne que o jogador sofra outra concussão durante o jogo ( prevenção da síndrome do segundo impacto )
• Cria uma mensagem forte : if in doubt , sit them out
• Permite o jogador ser substituído sem resultar desvantagem numérica / tática para a sua equipa
• É de fácil aplicação e em todos os níveis de competição , incluindo no futebol de formação , onde nem sempre exis e equipa médica qualificada . A participação neste protocolo experimental implica dar feedback à UEFA sempre que o mesmo seja aplicado . A informação sobre o jogo e a informação pormenorizada sobre o incidente da concussão cerebral deve se facultada , assim como a opinião de outros intervenientes no espetáculo ( jornalistas , treinadores , jogadores , etc .) é relevante . O documento pormenoriza a informação que deve ser enviada .
Uma nota importante do documento recorda a obrigatoriedade da realização dos testes de base na avaliação inicial do futebolista , os quais devem ser operacionalizados em todos os jogadores . Depois , para avaliação imediata recomenda-se a instalação de vídeo nos estádios , a qual permitirá a revisão das condições clínicas que possam ocorrer no estádio . Este sistema terá o apoio da UEFA , com formação sumária , e deverá ser partilhado com a equipa visitante .
O médico de equipa tem a obrigação de informar os jogadores , treinadores e elementos de apoio à equipa dos procedimentos a seguir aquando da existência de uma ( suspeita ) de concussão cerebral e que de seguida se enunciam ( transcrição integral do texto original ): 1 . No caso de suspeita de concussão cerebral , o árbitro para o jogo para permitir que o jogador lesionado seja assistido pelo médico da
https :// oglobo . globo . com / epoca / esportes / as-concussoes-cerebrais-em-revisao-no-futebol-1-24889462 equipa . Os jogadores devem permanecer calmos durante a situação e não interferir na avaliação ;
2 . A avaliação não deve , em princípio , durar mais de três minutos , a menos que uma situação grave exija que o jogador seja tratado no campo de jogo ou imobilizado no campo para transferência imediata para o hospital ;
3 . Se a avaliação não puder ser feita após três minutos e / ou se houver suspeita de concussão , o jogador não pode continuar a jogar ;
4 . Um jogador que sofra uma lesão na cabeça que necessite avaliação por eventual concussão apenas poderá continuar em jogo após avaliação , com confirmação específica pelo médico da equipa ao árbitro da aptidão do jogador para continuar em jogo ;
5 . A decisão é apenas do médico . Treinadores , árbitros e jogadores não podem interferir na avaliação e decisão do médico . O Protocolo A permite que apenas seja feita uma substituição por concussão em cada jogo , a qual poderá ser realizada independentemente do número de substituições entretanto realizadas . No caso em que o número de jogadores suplentes seja igual ao número máximo de substituições permitidas , o jogador que vai substituir o jogador com concussão pode ser um jogador que , entretanto , tenha sido substituído , isto é , o jogador pode voltar ao jogo . Mais , pode voltar ao jogo mesmo que todas as substituições regulamentares já tenham sido efetuadas . A UEFA é clara ao escrever o jogador deve , sempre que possível , ser acompanhado até ao balneário ou ao hospital , o que parece significar que não pode permanecer no banco de suplentes . Por outro lado , e por exemplo , nos jogos da Liga portuguesa existem três momentos para realizar substituições durante o jogo . Neste caso , o jogador pode ser substituído , mesmo que já tenham ocorrido esses três momentos , mas este mecanismo não poe ser usado para realizar uma substituição normal .
A UEFA define que a substituição por concussão pode ocorrer :
• Imediatamente após a ocorrência da concussão ou haja suspeita da mesma
• Após a avaliação realizada dentro e / ou após avaliação fora do campo
8 novembro 2021 www . revdesportiva . pt