Revista de Medicina Desportiva Informa Setembro 2013 | Page 31

As infiltrações das bursites trocantéricas fazem-se com o paciente em decúbito controlateral , com a perna debaixo fletida e a de cima em extensão . A agulha é introduzida perpendicularmente à pele no ponto de dor mais intensa à palpação , que se situa na face externa do grande trocânter para as bursites do grande glúteo e imediatamente acima do trocânter nas do médio glúteo . Utilizam-se seringas de 5ml cheias , com misturas de corticoide ( 40 mg de metilprednisolona ou de triamcinolona ) e lidocaína a 1-2 %. O produto é espalhado , quer pelo local de dor mais intensa , quer pelas suas imediações . O paciente deve evitar esforços durante uma semana e depois retomar gradualmente as atividades físicas . Aqui , ao contrário do que se passa noutras localizações , há autores que defendem que a infiltração rádio guiada não traz benefícios , antes aumenta os custos 8 .
O desaparecimento dos sintomas e a capacidade para retomar a atividade normal varia entre os 49 % e os 100 % com uma injeção local de corticoide , como primeira medida terapêutica acompanhada ou não de outros tratamentos conservadores . 9 Um estudo controlado randomizado demonstrou efeitos clínicos relevantes aos 3 meses após infiltração de corticoides quanto à recuperação da atividade e quanto à dor em repouso e ao movimento . Já aos 12 meses não se encontraram diferenças em relação aos tratamentos convencionais . 10 Um estudo retrospetivo concluiu que ao fim de 5 anos os pacientes portadores de uma bursite trocantérica e que receberam uma infiltração de corticoide têm 2,7 vezes mais hipóteses de total recuperação que aqueles
que não foram infiltrados . 5 Uma revisão sistemática recentemente publicada reconhece , no entanto , que existem poucos artigos na literatura sobre este tema e que a eficácia das várias modalidades terapêuticas desta síndrome necessita de ser testada em mais trabalhos controlados e randomizados . 11
Bibliografia
1 . Silva F , Adams T , Feinstein J , Arroyo RA . Trochanteric bursitis : refuting the myth of inflammation . J Clin Rheumatol . 2008 ; 14 ( 2 ): 82-86 .
2 . Alvarez-Nemegyei J , Canoso JJ . Evidence- -based soft tissue rheumatology : III : trochanteric bursitis . J Clin Rheumatol 2004 ; 10:123 – 124 .
3 . Segal NA , Felson DT , Torner JC , Zhu Y , Curtis JR , Niu J , Nevitt MC . Greater trochanteric pain syndrome : epidemiology and associated factors . Arch Phys Med Rehabil 2007 ; 88:988 – 992 .
4 . Strauss EJ , Nho SJ , Kelly BT . Greater trochanteric pain syndrome . Sports Med Arthrosc . 2010 Jun ; 18 ( 2 ): 113-119 .
5 . Lievense A , Bierma-Zeinstra S , Schouten B , Bohnen A , Verhaar J , Koes B . Prognosis of trochanteric pain in primary care . Br J Gen Pract . 2005 ; 55 ( 512 ): 199-204
6 . Segal NA , Harvey W , Felson DT , Yang M , Torner JC , Curtis JR , Nevitt MC . Leg-length inequality is not associated with greater trochanteric pain syndrome . Arthritis Res Ther . 2008 ; 10 ( 3 ): R62 .
7 . Blankenbaker DG , Ullrick SR , Davis KW , De Smet AA , Haaland B , Fine JP . Correlation of MRI findings with clinical findings of trochanteric pain syndrome . Skeletal Radiol . 2008 ; 37 ( 10 ): 903-909 .
8 . Cohen SP , Strassels SA , Foster L , Marvel J , Williams K , Crooks M , Gross A , Kurihara C , Nguyen C , Williams N . Comparison of fluoroscopically guided and blind corticosteroid injections for greater trochanteric pain syndrome : multicentre randomised controlled trial . BMJ . 2009 ; 14 ; 338 : b1088 .
9 . Lustenberger DP , Ng VY , Best TM , Ellis TJ . Efficacy of treatment of trochanteric bursitis : a systematic review . Clin J Sport Med . 2011 ; 21 ( 5 ): 447-453
10 . Brinks A , van Rijn RM , Willemsen SP , Bohnen AM , Verhaar JA , Koes BW , Bierma- -Zeinstra SM . Corticosteroid injections for greater trochanteric pain syndrome : a randomized controlled trial in primary care . Ann Fam Med 2011 ; 9:226-234 .
11 . Del Buono A , Papalia R , Khanduja V , Denaro V , Maffulli N . Management of the greater trochanteric pain syndrome : a systematic review . Br Med Bull . 2012 ; 102:115-131 .

também é Medicina Desportiva

• Exame médico-desportivo
• Aconselhamento médico
• Avaliação funcional
• Prescrição de exercício
• Traumatologia desportiva
• Reabilitação funcional
• Nutrição desportiva
• Apoio psicológico
Rua de Sobreiras , 546 Porto T · 226 178 917 – 226 178 919 F · 226 106 064 Email : info @ cmf . pt
Revista de Medicina Desportiva informa Setembro 2013 · 29