Revista de Medicina Desportiva Informa Setembro 2013 | Page 27

Avançando para o seu bem estar !
questões de segurança , sanitária ou não , para além da pesada penalização na eventualidade de um controlo positivo . São os esteroides androgénicos anabolizantes exógenos ( EAAS ) e as substâncias estimulantes os produtos contaminantes mais vezes referidos . Estes derivados sintéticos da testosterona 1 , com cerca de 3 milhões de consumidores nos EUA 2 , já foram consumidos por 2,7 a 2,9 % dos jovens americanos 3 , sendo preferencialmente consumidos por não-atletas ou “ bodybuilders ” de recreação que os usam apenas por razões estéticas 4 . Os efeitos laterais ( atrofia testicular , acne , edema / retenção de líquidos , estrias cutâneas , disfunção sexual , ginecomastia , hipertensão arterial , etc .), não parecem ser suficientemente dissuasores do seu consumo 1 .
Um estudo de 2007 que pretendeu investigar os níveis de contaminação por EAAS e por estimulantes nos suplementos populares disponíveis nos EUA , onde foram analisados 56 substâncias obtidas em outlets , internet , etc ., constatou que 11,1 % e 25,0 % estavam contaminados com estimulantes ( S ) e com EAAS , respetivamente . Verificou-se ainda que 29 % produtos para emagrecer estavam contaminados com S e EAAS , ao passo que 24 % produtos destinados a aumentar massa muscular estavam contaminados com S e com EAAS 5 . Estes fat-burners apenas poderão ser eficazes se possuírem substâncias estimulantes ( efedrina , cafeína ), as quais não são desprovidas de efeitos laterais 6 . São dados importantes no contexto sanitário , mas também preocupantes à luz da Lei n .º 38 / 2012 de 28 de agosto , a qual define e penaliza bem todos os envolvidos , médicos incluídos , num processo de dopagem . A falta de informação adequada no rótulo do produto é frequente , mas nem por isso elimina as pesadas / duradouras penas . A ausência de informação naquele não serve para despenalizar .
Bibliografia
1 . Parkinson , A . B . et al . Med Sci Sports Exerc , 38 ( 4 ): 644-651 , 2006 .
2 . National Institute on Drug Abuse , NIDA notes 15:15 , 2000 .
3 . McFeem , et al . Vet Hum Toxicol , 46:251-254 , 2004 .
4 . Evans , N . A . Br J Sports Med 31:54-58 , 1997 .
5 . Judkins , C ., et al . HFL , 2007 . 6 . http :// www . burnthefat . com / fat _ burners _ exposed . html .
Prova de esforço em tapete rolante – casuística de 4 anos
Dra . Fátima Ribeiro , Dra . Estefânia Maia , Dra . Filipa Rodrigues , Dra . Isabel Carvalho , Dr . Jorge Romariz , Dra . Fátima Praça , Dra . Herculano Costa Unidade Imunoalergologia e Pneumologia Pediátrica ( UIAPP ) do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho
A prova de esforço apresenta uma elevada especificidade , permitindo , se positiva , confirmar o diagnóstico de asma induzida pelo exercício ( AIE ). O tipo de equipamento utilizado é importante , sendo a prova de esforço em tapete rolante ( PETR ) a que apresenta maior sensibilidade diagnóstica em idade pediátrica . O objetivo deste trabalho foi caraterizar a população que realizou PETR no período de 2009 a 2012 na UIAPP . Efetuou-se um estudo retrospetivo , onde foram analisadas as seguintes variáveis : idade , sexo , antecedentes pessoais atópicos , motivo para PETR , causas da interrupção precoce , resultado da prova e orientação . No período em estudo , foram realizadas 108 PETR , correspondendo a igual número de doentes ( 53,7 % masculino ), com idades entre 6 e 17 anos ( média de 11,6 anos ); 39 % tinham antecedentes pessoais de atopia . Trinta e seis por cento das PETR foram realizadas a doentes seguidos na UIAPP ; em 23 % a suspeita de diagnóstico de AIE provinha dos cuidados primários de saúde . Foram positivas 23,1 % das PETR e 21,2 % negativas . As restantes ( 55,6 %) foram inconclusivas ( interrupção precoce e / ou não atingimento da frequência cardíaca submáxima para a idade ). Em nenhuma destas últimas foi possível documentar queda do FEV1 ou broncoconstrição . Verificou- -se significância estatística na relação entre as PETR positivas e o grupo etário ( adolescentes conseguiam cumprir as condições para uma PETR ser considerada válida ). Em todos os casos foi feito um esclarecimento das dúvidas relativas à prática de exercício e , quando necessário , um ajuste terapêutico . Verificou-se que uma percentagem importante de doentes não concluía a PETR , principalmente por má preparação física . Propõe- -se uma explicação da PETR , do seu
objetivo , do funcionamento do tapete e , só posteriormente realizar a prova . Nas PETR negativas a sua execução reduziu receios quanto à prática desportiva . Em todos os casos , a realização da PETR revelou-se importante na implementação / manutenção da prática de exercício .
Desporto extraescolar : que associações ?
Dra . Catarina Pinho 1 , Dra . Alexandra Martins 2 , Enf . Ana Silva 3 , Enf . Sandra
Pinto 3 1
Médica Interna de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar ;
2
Médica Assistente de Medicina Geral e Familiar ; 3 Enfermeira Graduada . Unidade de Saúde Familiar Pevidém , Guimarães
Introdução A noção de que a prática de exercício físico regular assume um papel relevante na promoção de um estilo de vida saudável tornou-se consensual 1 ; 2 . A Organização Mundial de Saúde ( OMS ) assume a relação entre a prática de atividade física e outcomes favoráveis , físicos e cognitivos , a curto e a longo prazos 3 . Porém ,

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