Revista de Medicina Desportiva Informa Setembro 2013 | Page 18

consumo, procurando esta “explosão energética” através da cafeína incluída nos suplementos, tendo, inclusivamente, conhecimento da relação dose-efeito: “… mas poderá fazer diferença se eu ingerir cinco latas“. De um modo geral, os adolescentes não distinguem um tipo de bebida do outro em termos de composição e de objetivos, usam-nas de modo indiferente, citam os mesmos efeitos para os dois tipos de bebidas, mas, felizmente, não têm reportado problemas com a sua ingestão. Os jovens não têm conhecimento sobres os potenciais riscos relacionados com a ingestão de suplementos nutricionais12. Certamente que a estratégia do marketing tem contribuído para a instalação da confusão em vez da elucidação da diferença entre os dois tipos de bebidas e dos potenciais efeitos negativos6. A situação é potencialmente preocupante, porque: · as BE, que contêm estimulantes, não estão indicadas para crianças e adolescentes · e, “no geral, existe pouca necessidade de ingestão de bebidas contendo carboidratos, para além de sumos de frutas e de leite magro6. Recomendações do institute of medicine (Nutrition Standards for Foods in Schools, Abril de 2007)6 Limitar os açúcares nas comidas e nas bebidas Ter água gratuita disponível Restringir água carbonatada, enriquecida ou com sabor Restringir as bebidas desportivas aos atletas envolvidos em atividades desportivas intensas e duradouras Proibir o consumo de bebidas energéticas, mesmo para os atletas Proibir a venda de produtos cafeinados nas escolas. A ingestão de BD, as energéticas estão proscritas, não é isenta de complicações. O seu consumo em contexto de baixo gasto energético 16 · Setembro 2013 www.revdesportiva.pt (durante o dia, durante o exercício físico de baixa intensidade e duração, ás refeições) pode ser causa de excesso de peso e de obesidade, pelo que não estão indicadas. A agressão dentária, provocada pelo excessivo consumo de açúcares, pelo pH ácido de 3 a 4 e pelo ácido cítrico, também deve ser considerada2,6, apesar de alguns estudos não terem encontrado esta associação13,14. No JAMA refere-se que a dose máxima de cafeína diária para um adolescente é igual a 100 mg (adulto = 500 mg), referindo-se a necessidade dos pais monitorizarem a ingestão das bebidas com cafeína3. Os sujeitos adultos, medicados, com problemas cardíacos ou de hipertensão arterial devem ter atenção especial e limitar a ingestão da cafeína através das BE, assim como os mais idosos poderão ser mais sensíveis3. Implicações clínicas: orientações para os pediatras6 Melhorar a educação das crianças e adolescentes e os seus pais em relação às bebidas desportivas e energéticas…3,12 Perceber que as bebidas energéticas colocam potenciais riscos, principalmente pelo conteúdo em estimulantes;… Referir que a ingestão regular de bebidas com carboidratos … pode originar consumo calórico excessivo e aumentar o risco de exces