As infiltrações das bursites trocantéricas fazem-se com o paciente em decúbito controlateral , com a perna debaixo fletida e a de cima em extensão . A agulha é introduzida perpendicularmente à pele no ponto de dor mais intensa à palpação , que se situa na face externa do grande trocânter para as bursites do grande glúteo e imediatamente acima do trocânter nas do médio glúteo . Utilizam-se seringas de 5ml cheias , com misturas de corticoide ( 40 mg de metilprednisolona ou de triamcinolona ) e lidocaína a 1-2 %. O produto é espalhado , quer pelo local de dor mais intensa , quer pelas suas imediações . O paciente deve evitar esforços durante uma semana e depois retomar gradualmente as atividades físicas . Aqui , ao contrário do que se passa noutras localizações , há autores que defendem que a infiltração rádio guiada não traz benefícios , antes aumenta os custos 8 .
O desaparecimento dos sintomas e a capacidade para retomar a atividade normal varia entre os 49 % e os 100 % com uma injeção local de corticoide , como primeira medida terapêutica acompanhada ou não de outros tratamentos conservadores . 9 Um estudo controlado randomizado demonstrou efeitos clínicos relevantes aos 3 meses após infiltração de corticoides quanto à recuperação da atividade e quanto à dor em repouso e ao movimento . Já aos 12 meses não se encontraram diferenças em relação aos tratamentos convencionais . 10 Um estudo retrospetivo concluiu que ao fim de 5 anos os pacientes portadores de uma bursite trocantérica e que receberam uma infiltração de corticoide têm 2,7 vezes mais hipóteses de total recuperação que aqueles
que não foram infiltrados . 5 Uma revisão sistemática recentemente publicada reconhece , no entanto , que existem poucos artigos na literatura sobre este tema e que a eficácia das várias modalidades terapêuticas desta síndrome necessita de ser testada em mais trabalhos controlados e randomizados . 11
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