tratamento . Algum material , medicamentos e consumíveis foram deixados pela equipa médica que apoiou os atletas Olímpicos .
Parte da equipa médica
Concussão cerebral
Este é um tema muito abordado e discutido atualmente para o desporto em geral . O trauma do crânio , direto ou indireto , pode ter consequências a nível cerebral , das quais a concussão é de grande preocupação no momento , quase sempre pela dificuldade no diagnóstico e consequente decisão de participação desportiva . Os atletas paralímpicos praticam desportos com riscos acrescidos . São muitos os jogadores invisuais a participar nos Jogos e certamente que o goalball , o râguebi em cadeiras de rodas , o atletismo para invisuais são desportos de maior risco . A Dra . Cheri A . Blauwet , da Harvard Medical School , ex-atleta paralímpica nas corridas em cadeira de rodas , refere que muitas partes do Sport Concussion Assessment Tool – 3 .ª edição ( SCAT3 ) não se aplicam aos atletas em cadeiras de rodas ou que tenham originalmente défices de equilíbrio . Deste modo , na sequência do estudo realizado nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012 ( http :// www . ncbi . nlm . nih . gov / pubmed / 23537560 ) e no sentido de se obter ainda mais informação epidemiológica , foi realizado o IPC Injury and Illness Surveillance Study , onde se pretendeu registar as lesões e doenças no desporto paralímpico para , no futuro , acrescentar algo mais ao tema da concussão cerebral . O British Journal of Sports Medicine deverá publicar as conclusões no próximo ano , a exemplo do estudo realizado em 2012 .
Boosting – uma forma de dopagem
O boosting refere-se ao estado de disreflexia autónoma intencionalmente com origem pelo atleta com lesão medular alta ( ≥ T6 ) através de um estímulo causando abaixo do nível da lesão , provocada hiperatividade simpática não controlada e aumento súbito da pressão arterial ( PA ). O objetivo é , naturalmente , aumentar o nível de rendimento . Mas este aumento súbito da PA pode originar hemorragias intracranianas , convulsões e , eventualmente , morte , embora não pareça haver relatos deste tipo de consequências em ambiente desportivo . O estímulo criado pelo atleta pode ter origem urinária ( distensão vesical , infeção local ) ou intestinal ( obstipação , impactação fecal ). Os atletas portadores desta lesão têm PA basal 15-20 mm Hg inferior á dos atletas sem lesão , têm frequência cardíaca inferior , há maior acumulação de sangue nos membros inferiores por perda do tónus simpático e alteração do efeito de bomba dos músculos abaixo do nível da lesão .
O Comité Paralímpico Internacional já em 1994 considerou esta prática ilegal e baniu-a . Mesmo assim a prática continuou , como revela um estudo realizado aquando dos Jogos de Pequim 2008 : 16,7 % dos atletas admitiram ter usado o boosting para melhorar o desempenho no exercício e 48,9 % dos atletas consideraram-no pouco perigoso para a saúde .
Foi necessário criar um método para a sua deteção e criar critérios de exclusão . Nos Jogos Paralímpicos de Atlanta foi realizado o 1 .º rastreio de PA antes da competição , considerando-se haver boosting na presença de disreflexia autónoma nas duas horas antes do início da competição . Utilizou-se a PA sistólica como método de deteção e o valor ≥ 180mm Hg foi definido como patamar para o teste positivo . Entre 2008 e 2015 foram realizados 159 testes e nenhum deu resultado positivo . Comenta-se que , dado que estes atletas têm PA sistólica normalmente inferior em 15-20 mmHg , aquele limiar de 180 mmHg poderia ser demasiado elevado . Neste sentido , o CPI alterou este limiar e considera- -se agora como teste positivo se a PA sistólica for superior a 160 mmHg . Esta alteração já esteve em vigor nos Jogos do Rio 2016 .
O controlo de dopagem
O comité local publicou atempadamente um Guia de Controlo de Dopagem ( CdD ), para os JO e para os Jogos Paralímpicos , cuja versão final está datada de junho de 2016 . Na mesma data , foi publicado o documento Doping Technical Procedures for doping control Olympic Paralympic .
Os recursos humanos afetos a esta ação foram :
• O gestor da estação de CdD era o coordenador da estação de recolha das amostras e da respetiva equipa , assim como se relacionava com os atletas e respetivo staff sobre questões emergentes ;
• O agente de controlo de dopagem estava envolvido no procedimento de recolha e testemunhava o fornecimento da amostra biológica , urina e / ou sangue ;
• O agente de colheita de sangue era a pessoa qualificada e autorizada para a colheita de sangue dos atletas ;
• O chaperone ( o escolta ) tinha como função notificar o atleta selecionado , acompanhar e vigiar o atleta no percurso até à estação de antidopagem e / ou testemunhar e ver o fornecimento da amostra biológica .
A Agência Mundial Antidopagem ( AMA ) acreditou o Laboratório Brasileiro de Dopagem ( LBCD ) para a análise das amostras biológicas recolhidas durante os Jogos , o qual forneceu os resultados entre 24 e 96 horas após a colheita . Os resultados foram depois reportados ao COI e à AMA . Naturalmente que qualquer resultado analítico adverso foi sancionado de acordo com o regulamento do COI .
Este Guia teve ainda secções dedicadas ao procedimento do controlo de dopagem ( o step by step – ver Poster em anexo ), a Lista de Substâncias e Métodos Proibidos , as Autorizações Terapêuticas , o Sistema de Localização e a questão da responsabilidade na ingestão dos remédios e dos suplementos .
O Doping Technical Procedures for doping control Olympic Paralympic é um documento extenso e exaustivo , com 32 páginas , que inclui vários capítulos :
24 Novembro 2016 www . revdesportiva . pt
tratamento. Algum material, medicamentos e consumíveis foram
deixados pela equipa médica que
apoiou os atletas Olímpicos.
Parte da equipa médica
Concussão cerebral
Este é um tema muito abordado
e discutido atualmente para o
desporto em geral. O trauma do
crânio, direto ou indireto, pode ter
consequências a nível cerebral,
das quais a concussão é de grande
preocupação no momento, quase
sempre pela dificuldade no diagnóstico e consequente decisão de
participação desportiva. Os atletas
paralímpicos praticam desportos
com riscos acrescidos. São muitos
os jogadores invisuais a participar nos Jogos e certamente que o
goalball, o râguebi em cadeiras de
rodas, o atletismo para invisuais
são desportos de maior risco. A
Dra. Cheri A. Blauwet, da Harvard
Medical School, ex-atleta paralímpica nas corridas em cadeira de
rodas, refere que muitas partes do
Sport Concussion Assessment Tool
– 3.ª edição (SCAT3) não se aplicam
aos atletas em cadeiras de rodas ou
que tenham originalmente défices
de equilíbrio. Deste modo, na
sequência do estudo realizado nos
Jogos Paralímpicos de Londres 2012
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23537560) e no sentido de se
obter ainda mais informação epidemiológica, foi realizado o IPC Injury
and Illness Surveillance Study, onde se
pretendeu registar as lesões e doenças no desporto paralímpico para,
no futuro, acrescentar algo mais ao
tema da concussão cerebral. O British Journal of Sports Medicine deverá
publicar as conclusões no próximo
ano, a exemplo do estudo realizado
em 2012.
24 Novembro 2016 www.revdesportiva.pt
Boosting – uma forma de dopagem
O controlo de dopagem
O boosting refere-se ao estado de disreflexia autónoma intencionalmente
com origem pelo atleta com lesão
medular alta (≥ T6) através de um
estímulo causando abaixo do nível
da lesão, provocada hiperatividade
simpática não controlada e aumento
súbito da pressão arterial (PA). O
objetivo é, naturalmente, aumentar o nível de rendimento. Mas este
aumento súbito da PA pode originar
hemorragias intracranianas, convulsões e, eventualmente, morte, embora
não pareça haver relatos deste tipo de
consequências em ambiente desportivo. O estímulo criado pelo atleta
pode ter origem urinária (distensão
vesical, infeção local) ou intestinal
(obstipação, impactação fecal). Os
atletas portadores desta lesão têm
PA basal 15-20 mm Hg inferior á dos
atletas sem lesão, têm frequência cardíaca inferior, há maior acumulação
de sangue nos membros inferiores por
perda do tónus simpático e alteração
do efeito de bomba dos músculos
abaixo do nível da lesão.
O Comité Paralímpico Internacional já em 1994 considerou esta prática ilegal e baniu-a. Mesmo assim a
prática continuou, como revela um
estudo realizado aquando dos Jogos
de Pequim 2008: 16,7% dos atletas
admitiram ter usado o boosting para
melhorar o desempenho no exercício
e 48,9% dos atletas consideraram-no
pouco perigoso para a saúde.
Foi necessário criar um método para
a sua deteção e criar critérios de exclusão. Nos Jogos Paralímpicos de Atlanta
foi realizado o 1.º rastreio de PA antes
da competição, considerando-se haver
boosting na presença de disreflexia
autónoma nas duas horas antes do
início da competição. Utilizou-se a
PA sistólica como método de deteção
e o valor ≥ 180mm Hg foi definido
como patamar para o teste positivo.
Entre 2008 e 2015 foram realizados
159 testes e nenhum deu resultado
positivo. Comenta-se que, dado que
estes atletas têm PA sistólica normalmente inferior em 15-20 mmHg,
aquele limiar de 180 mmHg poderia
ser demasiado elevado. Neste sentido,
o CPI alterou este limiar e considera-se agora como teste positivo se a PA
sistólica for superior a 160 mmHg. Esta
alteração já esteve em vigor nos Jogos
do Rio 2016.
O comité local publicou atempadamente um Guia de Controlo de
Dopagem (CdD), para os JO e para os
Jogos Paralímpicos, cuja versão final
está datada de junho de 2016. Na
mesma data, foi publicado o documento Doping Technical Procedures for
doping control Olympic Paralympic.
Os recursos humanos afetos a esta
ação foram:
• O gestor da estação de CdD era o
coordenador da estação de recolha das amostras e da respetiva
equipa, assim como se relacionava
com os atletas e respetivo staff
sobre questões emergentes;
• O agente de controlo de dopagem
estava envolvido no procedimento
de recolha e testemunhava o fornecimento da amostra biológica,
urina e/ou sangue;
• O agente de colheita de sangue era
a pessoa qualificada e autorizada
para a colheita de sangue dos
atletas;
• O chaperone (o escolta) tinha como
função notificar o atleta selecionado, ȁ٥ȁ)ѱфɍͼч)ѥԁѕѕչ)ٕȁɹѼɄ)͝)5չѥ5ɕѽԁ1Ʌɥ) Ʌͥɼ1
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