Revista de Medicina Desportiva Informa Novembro 2016 | Page 25
Reportagem
Os Jogos Paralímpicos Rio
2016 decorreram de 07 a 18 de
setembro no Rio de Janeiro, os
primeiros a serem realizados na
América do Sul. Participaram mais
de 4300 atletas, em 22 desportos,
em representação de 176 países e
competiram em 20 arenas. Os Jogos
Olímpicos (JO) e os Jogos Paralímpicos foram eventos enormes operacionalizados por mais de 7 mil pessoas pertencentes ao comité local,
85 mil em regime de outsourcing e
70 mil voluntários. A logística dos
recursos humanos foi sem dúvida
algo de extraordinário e teve como
função recrutar, treinar e coordenar toda essa força de trabalho. O
orçamento cresceu 34% em relação
ao evento anterior realizado em
Londres 2012 (2 mil milhões vs 1.5
mil milhões de euros), 10% do qual
destinou-se ao alojamento. Foram
servidas cerca de 4 milhões de refeições para atletas, staff e voluntários.
O Dr. Carlos Arthur Nuzman,
advogado e político, de 74 anos de
idade, foi o Presidente do Comité
Organizador. É um ex-atleta de
voleibol que representou o Brasil nos
JO de Tóquio (1964) e no Campeonato do Mundo na URSS em 1962. É
uma personalidade com muita experiência organizativa, foi nomeado
Presidente do Comité Olímpico Brasileiro em 1995 e é membro do COI
desde o ano de 2000.
Dr. Carlos Arthur Nuzman
O Presidente do Comité Paralímpico Internacional (CPI) é Sir Philip
Craven, um britânico e ex-atleta
paralímpico, pois representou a Grã-Bretanha em basquetebol em cadeira
de rodas em cinco edições dos Jogos
Paraolímpicos, de 1972 a 1988, assim
como também competiu no atletismo
e na natação nos Jogos de 1972. Em
campeonatos do Mundo e da Europa
ganhou medalhas de ouro, prata e
bronze. Foi um dos responsáveis pela
criação da independente Federação
Internacional de Basquetebol em
cadeira de rodas em 1993.
Sir Philip Craven,
o Presidente do
CPI
A comitiva portuguesa ficou
instalada
nos apartamentos Pão
de Açúcar.
Inicialmente era constituída por 28
atletas (a quota portuguesa), mas
acabou por ser de 37 atletas (mais
concretamente, 43 atletas, segundo
o portal do CPI, pois são considerados atletas, os atletas guias e os
parceiros de competição da BC3),
devido à exclusão da Rússia. O CPI,
em 07/08/2016, “suspendeu o Comité
Paralímpico Russo (CPR), com efeito
imediato, devida à sua incapacidade
em gerir/assumir as suas responsabilidades e obrigações, em particular
a sua obrigatoriedade em cumprir
com o Código de Antidopagem do CPI
e com o Código Mundial de Antidopagem (dos quais é signatário) ”. A
decisão foi reiterada pelo Tribunal
Arbitral do Desporto, o qual não
aceitou o apelo do CPR, permitindo
assim a criação de mais 267 vagas.
Outros países também beneficiaram
e, por exemplo, os EUA e a Austrália
aumentaram as respectivas quotas
para 311 (mais 22) e para178 (mais 9).
A cerimónia de Boas-Vindas a
Portugal ocorreu na Praça Central
da Aldeia Paralímpica no dia 2 de
Setembro e a Cerimónia de Abertura
aconteceu no estádio do Maracanã a
7 de Setembro.
As modalidades e o respetivo
número de atletas foram as seguintes:
• Atletismo (17) + 4 atletas guia
• Boccia (10) + 3 parceiros de competição
• Ciclismo (2)
• Equitação (1)
• Judo (1)
• Natação (5)
• Tiro (1)
O chefe de missão foi o Prof. Rui
Oliveira (foto), de 61 anos de idade,
o qual é coordenador da estrutura
de gestão do programa de preparação paralímpica e o secretário-geral
do Comité Paralímpico de Portugal
(CPP). Está na Comissão Executiva
do CPP desde 2010. É uma personalidade já com muita experiência
internacional, pois já esteve presente nos Jogos Paralímpicos Seul
1988 e Barcelona 1992, nos Campeonatos Mundiais para Deficientes
em 1990, no Europeu de Natação e
na 1ª Taça