Revista de Medicina Desportiva Informa Novembro 2016 | Page 11
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moles (conflito de partes moles)
ou por contacto ósseo direto entre
osteófitos anteriores da tíbia e do
colo do astrágalo (conflito ósseo)1,2-5.
Em geral, a presença de osteófitos
corresponde a uma manifestação
secundária de alterações osteoartrósicas. No entanto, o trauma repetitivo minor no tornozelo, tal como se
observa frequentemente em atletas,
pode induzir a formação de osteófitos locais2-4. É uma patologia observada tanto em atletas profissionais,
como na população praticante de
desporto recreativo6,7.
Scranton e McDermott correlacionaram os seus resultados no
tratamento da síndrome do conflito
anterior do tornozelo com a dimensão e localização dos osteófitos e
concluíram que o tratamento artroscópico apresentava menor tempo de
recuperação e retorno mais precoce
à atividade desportiva, em comparação com a artrotomia aberta, que
recomendaram apenas no estádio
IV da sua classificação5. Tol e van
Dijk encontraram 82% de bons ou
excelentes resultados na exérese
artroscópica de osteófitos anteriores
do tornozelo na ausência de estreitamento da interlinha articular, comparado com apenas 50% em casos
em que se observa estreitamento da
interlinha articular, concluindo que
o tratamento artroscópico apresentava piores resultados nos casos
em que já se observavam sinais de
artrose do tornozelo4.
O tratamento artroscópico da
síndrome do conflito anterior do
tornozelo permite a remoção do
tecido sinovial inflamado e, no caso
de conflito ósseo, dos osteófitos que
contribuem para o aprisionamento
de partes moles. O restabelecimento
do espaço anterior, por diminuir a
probabilidade de aprisionamento do
tecido sinovial, diminui a recidiva
sintomática4-6. Mostra igualmente
bons resultados funcionais a longo
prazo, com diminuição marcada da
dor e, nalguns casos, melhoria do
arco de mobilidade do tornozelo6-10.
No caso da população praticante de
desporto, permite o regresso à competição a curto prazo, com menores
riscos do que a artrotomia aberta
(deiscência da ferida, infeção, fibrose
cicatricial)5-7.
Os fatores de mau prognóstico
no tratamento artroscópico da
síndrome do conflito anterior do tornozelo incluem o estreitamento da
interlinha articular do tornozelo, a
presença de lesões condrais na tíbia
distal ou colo do astrágalo, a idade >
65 anos e o traumatismo prévio6,8-10.
Conclusão
A síndrome do conflito anterior do
tornozelo é uma entidade amplamente reconhecida nos atletas
profissionais e na população praticante de desporto recreativo. O
diagnóstico é clínico, suportado
pelos exames de imagem. A artroscopia anterior do tornozelo permite
a exérese dos osteófitos contributivos para o aprisionamento de tecido
sinovial, para além da realização de
sinovectomia alargada e diagnóstico
de lesões associadas, com mínima
morbilidade, permitindo o regresso
precoce à prática desportiva ao nível
pré-lesional.
Bibliografia
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