Revista de Medicina Desportiva Informa Março 2013 | Page 21
É possível, com critérios clínicos,
interromper a carreira de um
futebolista?
JEM – A carreira de um atleta pode
ser prematuramente interrompida
por qualquer lesão articular. A limitação funcional e a perda de rendimento são dois fatores que podem
advir de uma lesão da cartilagem
articular e serem responsáveis pelo
término inesperado de uma carreira
desportiva. A reabilitação após intervenção cirúrgica adequada (caso
necessária) é a chave do sucesso, na
medida em que a reeducação neuromuscular e a readaptação à competição deve ser feita com rigor, de
modo a que o atleta se sinta preparado para integrar-se na competição.
FL – A decisão depende fundamentalmente de três caraterísticas:
1. d
o atleta (idade, nível de atividade
e expetativas);
2. da lesão (tamanho, localização,
profundidade, contida, em espelho)
3. d
as patologias associadas (desalinhamento do membro, patologia
femoro-patelar, lesão meniscal,
ligamentar).
A deliberação deverá ser tomada
de acordo com o médico e o atleta
após ponderação destas ou de outras
eventuais considerações.
PP – Há lesões osteocondrais graves
(ex: grau III/IV, de cerca de 6/8 cm
e localizada em zona de carga), as
quais, mesmo tratadas, não permitem uma prática desportiva intensa.
O joelho tem derrames frequentes e
o jogador refere dor após o esforço.
Assim, dependendo da gravidade da
lesão osteocondral, esta poderá justificar o abandono precoce de uma
carreira desportiva.
Que conselhos para a prevenção
da lesão da CA?
JEM – Para a prevenção das lesões
da cartilagem articular, o reforço
muscular é a principal intervenção preventiva a realizar. Uma
boa “almofada” muscular para a
articulação faz com que as cargas
normalmente exercidas sobre as
articulações e, consequentemente,
sobre a cartilagem, sejam substancialmente diminuídas, evitando-se
precocemente uma possível lesão.
No entanto, a maioria das lesões cartilagíneas surge associada a outras
lesões articulares, lesões essas que
podem também ser alvo de prevenção. Deste modo, ao aplicar-se um
plano de prevenção para este tipo de
lesões (por exemplo, ligamentares)
previne-se também as lesões cartilagíneas, de forma indireta. O plano
de prevenção consiste na realização
de alguns exercícios propriocetivos,
adaptados à modalidade que o atleta
pratica, procurando a preparação
prévia das articulações para as eventualidades (mecanismos de lesão)
que o desporto condiciona.
FL – Limitar os traumatismos
repetitivos e violentos que desempenham um papel importante na
génese da lesão cartilagínea, evitar
a imobilização prolongada e tratar
atempadamente as patologias que
podem contribuir para desencadear
ou agravar a lesão condral (desvios
de eixo, lesões meniscais e ligamentares e alterações na excursão
da rótula). Será necessário investir
na metodologia de treino, na frequência e intensidade da atividade
desportiva, no reforço muscular, no
calçado mais adequado, nos locais
da sua prática, no IMC e outros, que
desempenham papel importante na
prevenção minorando o seu impacto.
PP – A história natural da cartilagem
é a sua diminuição e perda progressiva com a idade. Este é um facto
que não podemos alterar, mas que
devemos tentar. O excesso de peso
deve ser evitado, o tipo de exercício
físico deve ser adaptado à idade,
ao peso e ao estado da cartilagem
(ex: quem pratica desportos com
impacto, como a corrida, deve
utilizar sapatos adaptados com
caixa-de-ar, escolher pisos menos
duros, como a relva ou terra batida e
evitar o alcatrão). A massa muscular
desenvolvida também protege as
articulações. A toma de anti-artrósicos é importante e, em algumas
situações, a viscosuplementação
deverá realizada.
ir
part 2
a
s
o
Preç ,50 €/m
de 18 IVA
Sem
Um
relvado
em
casa?
Já imaginou este espectacular
relvado sintético em sua casa?
Precisa de argumentos para
se render à ideia?
Para que não haja hesitação
nós apresentamos-lh