Revista de Medicina Desportiva Informa Maio 2013 | страница 10

Recentemente , os estudos de PET-CT com F-18 fluoreto de sódio ( 18 F-NaF ) têm sido introduzidos na prática clínica como uma alternativa à cintigrafia óssea . Têm como vantagem uma melhor resolução , maior sensibilidade e menor tempo para a aquisição de imagens . A experiência na avaliação de pacientes com lesões desportivas é ainda limitada , assim como a comparação com outras técnicas .
… mas pode haver algum receio da atividade ionizante …
Os estudos diagnósticos de Medicina Nuclear usam radiação ionizante , tal como os estudos com Rx . São procedimentos muito seguros atendendo a que nos estudos diagnósticos são administradas atividades baixas . Adicionalmente , os radiofármacos usados são na maioria dos casos eliminados rapidamente do organismo , para além de perderem com o tempo a sua atividade . De um modo geral , numa cintigrafia óssea a dose efetiva , e em termos comparativos , é ligeiramente superior à exposição média / ano da população a fontes naturais de radiação ionizante .
Tem sido muito usada no diagnóstico de fraturas de esforço . Tem vantagem sobre a RMN ? E as desvantagens ?
A cintigrafia óssea em três fases é a técnica de Medicina Nuclear apropriada para estudar pacientes com suspeita de fraturas de esforço . As referências da literatura apontam
Figuras – PET-CT com fluoreto-18 ( em cima ) NaF – fratura de stress a nível da pars articularis de L5 ( à esquerda ).
para valores sobreponíveis relativamente à sensibilidade e valores de especificidade ligeiramente inferiores em comparação com a RMN . Podem ser causas de falsos positivos a infeção e os tumores ósseos . A RMN tem as vantagens inerentes ao maior detalhe anatómico , para além de não submeter o paciente à exposição à radiação ionizante , enquanto a cintigrafia óssea permite facilmente realizar imagens de corpo inteiro , possibilitando a deteção de eventuais lesões adicionais .
Após o diagnóstico da fratura de esforço com este método , tem interesse ou é possível monitorizar a fratura com a cintigrafia ?
A cintigrafia óssea não é uma técnica útil na monitorização precoce do tratamento de uma fratura . O radiofármaco usado na cintigrafia óssea ( difosfonato marcado com tecnécio-99m ) reflete as alterações na fisiologia óssea em reposta a um determinado estímulo . Os difosfonatos são captados predominantemente nos cristais de hidroxiapatite , em proporção à atividade osteoblástica , pelo que os estudos permanecem positivos , embora de um modo geral com menor intensidade de captação , durante um período de tempo considerável , podendo a resolução das alterações cintigráficas não acontecer até 4 a 6 meses após a lesão .
Que outros diagnósticos são possíveis no desporto ?
Outras situações clínicas na prática desportiva que podem ser estudadas pelas técnicas de Medicina Nuclear incluem as periostites , as fraturas por avulsão , as lesões por sobrecarga e a necrose avascular .
Sendo um exame que interessa a todo o corpo , é útil na avaliação de um atleta aquando da sua contratação ?
A cintigrafia óssea tem caraterísticas já anteriormente referidas – elevada sensibilidade na deteção de lesões ósseas e possibilidade de realizar estudos de corpo inteiro , que tornam esta técnica num método de eleição na avaliação osteoarticular de atletas no contexto referido .
Figura – Cintigrafia óssea em três fases – periostite de ambas as tíbias
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