Revista de Medicina Desportiva Informa Janeiro 2020 | Page 26

Os autores declaram ausência de conflitos de interesse, assim como a originalidade do texto e a sua não publicação prévia. The Impact of Morning versus Afternoon Exercise on Iron Absorption in Athletes McCormick et al. Medicine & Science in Sports & Exercise. 2019; 51(10):2147-2155. Os autores deste estudo austra- liano, publicado na Revista do ACSM, começam por referir que a deficiência de ferro é alteração nutricional mais prevalente no atleta, a qual origina a fadiga, a letargia e apatia, com consequên- cia no rendimento desportivo. Referem-na como uma epidemia silenciosa, pois os seus sintomas são habitualmente atribuídos ao excesso de treino. Perante o seu diagnóstico, importa aumentar a ingestão oral, quer através da dieta, quer através de suplemento. A dificuldade em suplementar por via oral, devido à deficiente absorção, habitual- mente inferior a 10% do ferro ingerido, associada às perdas de ferro associadas ao treino (pelo suor, urina, pelas fezes e pela hemólise) faz perigar as reservas de ferro. O objetivo do estudo foi averiguar a inflamação após o esforço, a hepcidina e a resposta da absorção do ferro ao exercício de resistência (n=16, treinados; corrida, 90 min, 65% do VO 2 max) realizado de manhã e de tarde. Os resultados revelaram que “apesar do exercício causar concentra- ções elevadas de IL-6 e de hepci- dina (inibidora), o ferro foi melhor absorvido após o exercício de manhã, melhor que na situação de jejum ou após o exercício da tarde” e concluíram que a melhor estratégia é “consumir uma refeição rica em ferro 30 minutos após a realização do exercício matinal”, já que o valor máximo de hepcidina apenas ocorre 3 a 6 horas após o exercício. Verifi- caram, ainda, o aumento diurno da hepcidina, “o que poderá ter consequências na absorção de ferro durante a tarde”. BR 24 janeiro 2020 www.revdesportiva.pt Correspondência: fili- pacarvalhopereira@ gmail.com Figuras – Exemplificação dos exercícios de fortalecimento do pavimento pélvico Bibliografia forma de prevenção. 14 As figuras descrevem um tipo de exercício. • Encontrar uma posição confortá- vel com os joelhos e os pés afasta- dos, de forma a evitar a contração dos glúteos, coxas ou abdominais (pode ser sentado, em ortosta- tismo ou decúbito dorsal) • Imaginar que está a tentar evitar a perda de urina, sentindo um aperto à volta da vagina e ânus • Realizar contrações rápidas (contrai e relaxa) e contrações lentas (contrair os músculos do pavimento pélvico lentamente contanto até 5 e depois relaxar contanto até 5 novamente) • Progressivamente ir aumentando a duração da contração/relaxa- mento até chegar aos 10seg • Repetir estes exercícios 8-12 vezes, 3 séries por dia. Adaptado de Exercise and pelvic floor dysfunction in female elite athletes. The Female Athlete. 2015. Chapter 7 Conclusão Existe cada vez maior evidência de casos de IU em atletas jovens, espe- cialmente aquelas que praticam desportos de alto impacto, sendo a IU de esforço o subtipo mais frequente. O trampolim é a modalidade que mais causa perdas urinárias. Tem um impacto negativo na sua qua- lidade de vida, com afetação do rendimento desportivo e importante limitação à sua participação des- portiva, podendo na maioria dos casos ser reversível com um plano de reabilitação adequado. Sendo muitas vezes um assunto tabu é necessário o diagnóstico, a preven- ção e o tratamento atempado da IU, evitando consequências posteriores mais graves. 1. Abrams P, Cardozo L, Wein A, Khoury S. Incontinence: 4th International Consultation on Incontinence. Paris: Health Publications. 2009. 2. Shaban A, Drake MJ, Hashim H. The medical management of urinary incontinence. Auton Neurosci. 2010; 152(1-2):4-10. 3. Teixeira RV, Colla C, Sbruzzi G, Mallmann A, Paiva LL. Prevalence of urinary incontinence in female athletes: a systematic review with meta-analysis. Int Urogynecol Journal. 2018; 29(12):1717-1725. 4. Goldstick O, Constantini N. Urinary inconti- nence in physically active women and female athletes. British Journal of Sports Medicine. 2013; 48(4):296-298.  5. De Mattos Lourenco TR, Matsuoka PK, Baracat EC, Haddad JM. Urinary incontinence in female athletes: a systematic review. Int Urogynecol J. 2018; 29(12):1757-1763. 6. Caetano AS, Tavares MC, Lopes MH. Inconti- nência urinária e a prática de atividades 7. físicas. Rev Bras Med Esporte. 2007; 13(4):270-274. 8. Cardoso AM, Lima CR, et al. Prevalence of urinary incontinence in high-impact sports athletes and their association with knowledge, attitude and practice about this dysfunction. European Journal of Sport Science. 2018; 18(10):1405-1412. 9. Heath A, Folan S, et al. Stress urinary inconti- nence in female athletes. Journal of Women’s Health Physical Therapy. 2014; 38(3):104-109. 10. Da Roza T, Jorge RN, Mascarenhas T, Duarte JA. Urinary Incontinence in sport women: from risk factors to treatment – a review. Current Women’s Health Reviews. 2013; 9(2):77-84. 11. Carls C. The Prevalence of Stress Urinary Incontinence in High School and College-Age Female Athletes in the Midwest: Implications for Education and Prevention. Urol Nurs. 2007; 27:21-25. 12. International Consultation on Incontinence, 6th edition, 2017. 13. Maia M, Da Roza T, Mascarenhas T. O pavi- mento pélvico da mulher atleta – perspectiva Uroginecológica. Acta Obstet Ginecol Port. 2015; 9(1):56-64. 14. Kruger JA, Dietz HP, Murphy BA. Pelvic floor function in elite nulliparous athletes. Ultra- sound Obstet Gynecol. 2007; 30(1):81-85. 15. Bø K. Exercise and pelvic floor dysfunction in female elite athletes. The Female Athlete. 2015. First Edition. Chapter 8.