Revista de Medicina Desportiva Informa Janeiro 2019 | Page 18

adequados durante a infância e ado- lescência é de extrema importância, pois a perda acentuada de peso é um fator de risco para redução da MO. Em conclusão, sendo a infância e a adolescência um período crítico de otimização da saúde óssea do adulto, torna-se fundamental inter- vir nos seus determinantes modifi- cáveis, nomeadamente a adequação de ingestão de cálcio e vitamina D, a prática de exercício físico e adoção de estilos de vida saudáveis neste grupo etário. Bibliografia 1. Golden NH, Abrams SA. Committee on Nutrition. Optimizing bone health in children and adolescents. Pediatrics. 2014; 134(4):e1229-43. 2. Braegger C et al. Vitamin D in the healthy European paediatric population. J Pediatr Gas- troenterol Nutr. 2013; 56(6):692-701. 3. Pludowski P et al. Vitamin D supplementation guidelines. J Steroid Biochem Mol Biol. 2018; 175:125-135. 4. Abams, Seven A. Calcium requirements in adolescents. UpToDate. 2018. Disponível em: http://www.uptodate.com/online>. Acesso em: 23/10/2018. Professor Doutor José Neto Metodólogo de Treino desportivo; Mestre em Psicologia Desportiva; Doutorado em Ciências do Desporto; Formador de Treinadores F.P.F./U.E.F.A.; Docente Universitário Otimismo… Resiliência e motivação Com base no tema para o qual tive a honra de ser convidado, iniciamos a reflexão no âmbito do otimismo com base numa frase de Winston Churchill (1951-55): “um otimista vê uma oportunidade em cada calamidade … um pessimista vê em cada calami- dade em cada oportunidade“, seguindo a filosofia do pensamento de Horá- cio em que “a adversidade tem o dom de despertar talentos que em tempos de prosperidade permane- cem adormecidos”. Na sequência desta introdução confrontamo-nos com a temática da resiliência – essa teimosia saudável, como capacidade de transformar a humilhação em glória e exaltação, 16 janeiro 2019 www.revdesportiva.pt apresentando-se por vezes os fracassos, as angústias e as crises como base altamente significativa para se conseguirem estratégias de superação. Porque viver é por vezes a necessidade de transformar a adversidade em oportunidade, sendo capaz de transportar na alma as pegadas da experiência vivida e no coração o suor das causas para ven- cer. O sujeito vai à luta e … GANHA! É evidente que por vezes existem percalços pelo caminho, mas, como refere Mandela (2010): “mais impor- tante do que avaliar como se cai será refletir na maneira como nos devemos levantar”, sabendo, porém, que não há sucesso que perdure, nem fra- casso que seja eterno. Por último abordamos de forma muito simples e singela a questão da motivação, para se ver ultra- passado o fardo pesado que a vida por vezes nos coloca. Dentro desta ordem de valores, só perante um máximo compromisso se poderá obter um bom rendimento, sabendo que na próxima tarefa tudo poderá sair bem, tem vontade que chegue o momento, sente-se forte e con- vencido, acredita em si próprio e os outros também acreditam nas suas capacidades. Por outro lado, perante um mínimo compromisso, o rendimento também se fará sentir e próximo estará o insucesso e o futuro como pesadelo, não sabendo sequer se volta a ser escolhido para realizar a próxima tarefa, pensando que qualquer esforço será em vão, tem medo de falhar, os nervos e angústia fazem-no sentir cansado e incompe- tente. Terminamos com a anotação de várias estratégias motivacionais. A título de exemplo, anotamos três: 1. Procurar sempre dar o máximo desempenho nas funções que lhe serão requeridas. 2. Conhecer-se a si próprio de forma inteira, atribuindo importância aos fatores de sucesso, recomen- dando a auto-observação e regis- tando os próprios inventários de competência. 3. Formular objetivos desafiadores e progressivos de conquista, em especial aqueles que forem positi- vos, porque ajudam a concentrar naquilo que se pretende atingir e esquecer o que deve ser evitado. Em termos de conclusão anota- mos alguns conselhos, tal como lutar com determinação e abraçar a vida com paixão. Se perder, fazê- -lo com classe; se ganhar, admi- nistrar a ousadia, porque o Mundo pertence àqueles que aceitam o desafio e a vida é muito impor- tante para se tornar insignificante Dr. Elton Gonçalves Nutricionista. Rio Ave F C. Alimentação e Nutrição na saúde óssea. O cálcio é um micronutriente essen- cial e deverá ser idealmente forne- cido pela alimentação. É o mineral mais abundante no organismo humano (aproximadamente 1000g em adultos), encontra-se 99% nos ossos e dentes, e tem naturalmente um impacto significativo nos pro- cessos de formação e reabsorção da massa óssea. O cálcio tem funções na contração vascular, vasodilata- ção, função muscular, sinalização intracelular, sinapses nervosas e secreção de hormonas, sendo ape- nas necessário 1% do cálcio corporal total para desempenhar todas estas Tabela 1. Fatores alimentares com impacto na absorção de cálcio Melhora absorção de cálcio Diminui a absorção de cálcio Adequada ingestão de alimentos fornecedo- res de cálcio (de notar que sofre interfe- rência com alimentos ricos em oxalatos e fitatos) Baixos níveis de vitamina D (e desconhece- -se a concentração ideal de 25(OH)D que permite melhor absorção de cálcio) Níveis adequados de vitamina D (exposição solar, alimentos ou suplemento alimentar) Elevado consumo de sódio Suplementos de cálcio são melhor absorvi- dos quando ingeridos em doses mais baixas com as refeições. Elevado consumo de álcool