Revista de Medicina Desportiva Informa Janeiro 2018 | Page 22
que tem sido muito estudado deste
último ponto é a sarcopenia. 3 Tão
importante como o tempo 4 que o
corpo passa em atividade/exercício
físico é o chamado “tempo de sofá”
onde a carga aplicada ao esqueleto é
mínima e as posições adotadas, por
vezes por períodos prolongados, são
deletérias e nada fisiológicas. Assim,
é possível dizer que é tão importante
otimizar o tempo que passamos em
atividade como diminuir o tempo
que passamos em não-atividade.
Contudo, não se deve generalizar
e esperar que seja tudo igual para
todos. Aqui o papel do médico pres-
critor de exercício físico deve ter em
atenção múltiplas variáveis como
por exemplo o status ósseo à data da
observação, co-morbilidades (pato-
logia cardiovascular, respiratória ou
ortopédica prévia), risco de quedas e
fractura 5 , motivação e preferências
individuais. 6 Independentemente do
objetivo, a prática de exercício físico
desregulado ou desproporcional ao
condicionamento físico do indivíduo
pode aumentar o risco de lesões
potencialmente graves que, além das
consequências orgânicas que natu-
ralmente surgem, poderão criar uma
barreira psicológica para a prática de
exercício e, em última análise, limitar
a atividade física diária. Múltiplos
esquemas de exercício têm sido pro-
postos por vários autores variando
na tipologia, carga, frequência, alta
intensidade versus baixa intensidade,
ginásio versus domicílio, das quais se
destaca as guidelines do Royal Austra-
lian College of General Practitioners 7 que
podem facilmente ser consultadas
no seu sítio online. Adicionalmente,
há alguns autores que têm estudado
o impacto do exercício na saúde
óssea em mulheres com osteoporose
(TScore < 2,5) sem história pessoal
prévia de prática de exercício ao
longo da sua vida. 8-10 Os braços de
intervenção nestes estudos, além do
tipo de exercício, variam na fre-
quência (2-3 vezes por semana) e na
duração dos treinos (30-40-60 minu-
tos). Os resultados são francamente
positivos, conseguindo aumentar em
seis meses, ainda que discretamente,
a densidade mineral óssea e a fun-
cionalidade muscular dos indivíduos
(equilíbrio, coordenação, força) sem
que aumente o número de lesões
associadas ao exercício ou fraturas
osteoporóticas.
20 janeiro 2018 www.revdesportiva.pt
Perante isto, fica claro que o velho
ditado popular “de pequenino se torce o
pepino” tem aqui uma aplicação ipsis
verbis. É fundamental incutir nos
mais jovens, começando pelos seus
pais ou encarregados de educação,
hábitos de exercício físico regular,
não necessariamente desportivo, e
menos tempo de inatividade. Mais
import