Um sangue que escorria pelo solo
até avermelhar por completo, as
águas do arroio Pelotas, exalando
odores um tanto desagradáveis.
O produto pronto tinha o mesmo
destino do que lhe sobrava, pois
o caminho natural do transporte
do alimento agora bem
conservado pela ação do sal eram
os rios, lagos e por fim o mar, e
terras mais distantes. E para
percorrer o primeiro e sinuoso
trecho dos arroios pouco largos,
pequenas bolas de couro serviam
como armazenamento das cargas
que iam alimentar as bocas longe
dali.
A proximidade dos campos
neutrais, onde portugueses e
espanhóis circulavam livremente,
fez com que o nome pelota, bola
em espanhol, fosse o mais usado
na denominação desta forma de
armazenamento. Surge assim o
nome do arroio e da cidade que
floresceu com a riqueza obtida com
a venda do produto, principalmente
no exterior. E é de lá que vinham
as modas e os modernos móveis e
objetos, que embelezaram os
casarões de uma cidade com ares
de Europa. Com direito a Teatros e
belos vestidos, e sarau em
requintado salões, alguns deles
bem conservados até hoje.