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relação de falta de higiene e o desenvolvimento de moléstias graves pode levar a
infecções sanguíneas que podem inclusive lesar as válvulas cardíacas.
O crack tem feito muitas vítimas, entre os jovens principalmente. Alguns
morrem diretamente pelo consumo da droga ou pelos comportamentos nocivos a
ela atribuídos, próprios do ambiente social do viciado, mas a maior parte dos mortos
em relação ao crack morre por práticas criminosas para sustentar o vício ou pela
“cobrança“ dos traficantes que nunca perdoam os devedores, cobrando- os muitas
vezes com suas próprias vidas.
As conclusões de investigações a respeito do crack são desoladoras, 50%
dos viciados em crack passarão o restante de suas vidas na cadeia, num hospício
ou na rua ou morreram de forma violenta. Assim qualquer ação de tratamento,
resgate ou reabilitação dos viciados já começa com saldo negativo de 50% “as
únicas medidas realmente eficazes para se combater a drogadição são as
preventivas” conclui Pires 14 .
5. AÇÕES TOMADAS PELO GOVERNO
O Governo Federal tem tentado cumprir seu papal no combate às drogas,
porém, as ações ainda não conseguem abranger o pais como um todo.
“O uso abusivo de álcool e drogas, em especial o do álcool, é um fenômeno
muito heterogêneo e com fortes componentes culturais”, afirma o especialista em
políticas de tratamento para usuários de álcool e drogas e também consultor do
ministério da saúde Marcelo Kimati 15 , ainda ressalta que os resultados não estão
restritos apenas ao tratamento, tão pouco ao combate ao Tráfico, isoladamente,
ações na saúde, segurança, educação, assistência sociocultural, esporte e geração
de renda devem ser implantados.
Infelizmente há ainda uma falta de “padronização” das políticas públicas, visto
que enquanto em alguns estados o combate ao crack soma as forças da saúde,
assistência social e segurança, em outros há uma polarização bastante forte entre o
tratamento e a repreensão. Essas diferenças também acontecem nos municípios,
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Pires 2000 p. 82
Brasil. Ministério da Saúde. Revista CONASEMS, Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde. Crack, um problema de todos. Setembro-outubro 2010 p.
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