Showalter faz parte da escola "Earl Weaver", lendário treinador que também comandou o Baltimore Orioles (entre 1968 a 1985) e nesse período implementou uma estratégia extremamente voltada para os home runs e porcentagem em base — algo então raro no beisebol daqueles tempos.
É o sexto ano seguido em que o número de contato por swing tem caído, ao passo que a velocidade média de uma bola rápida na MLB passou de 89 m/h em 2002 para 92,7 na atual temporada. No ano passado foram usados 742 diferentes arremessadores na MLB, 100 a mais do que uma década atrás, refletindo o uso de mais relievers que buscam não apenas outs, mas manter a bola fora de jogo.
A diminuição no ritmo de jogo também acontece de outras formas. A maior concentração para conseguir o strikeout aumentou o tempo que o arremessador leva entre um arremesso e o próximo. Na temporada atual os arremessadores estão levando 1.1 segundo a mais entre cada arremesso em relação a temporada passada, o que significa que em apenas um ano mais de 5 minutos foram adicionado por partida só neste quesito.
Da mesma maneira perde-se mais tempo com substituições de relievers - fato também cada vez mais corriqueiro devido a maior importância que o bullpen tem na história, justamente pela entrada de pitchers mais descansados, com mais capacidade de conseguir strikeouts) e de pinch-hitters “tudo ou nada” que podem bater um HR a qualquer momento.
História: Buck Showalter é um dos treinadores que mais enfatizam os home runs
Nesta MLB contemporânea, um arremessador de groundball e com poucos strikeouts, como Roy Halladay, é espécime em extinção. Jogo estratégico, com jogadores roubando base e rebatidas de sacrifício então já estão quase extintos, já que é cada vez mais fácil simplesmente esperar pelo próximo home run.
Desta forma uma hipotética ação por baixo dos panos da MLB por aumentar o número de home runs pode sair pela culatra, já que contribui para a sensação de “jogo sem ação” que muitos espectadores que preferem outros esportes (como NFL, NBA ou NHL) tem. No meio da temporada passada, analistas de estatísticas da MLB se reuniram com donos de franquias para explicar como a “obsessão pela sabermetria” pode diminuir o ritmo de jogo, segundo notícia da Sports Illustrated, ao aumentar a ênfase ao home run em detrimento ao contato, em aumentar o uso do bullpen e desenfatizar as bases roubadas. Não à toa o comissário da liga se reuniu com os GMs e donos das franquias para discutir o ritmo de jogo na MLB atualmente, e vira e mexe pensa em soluções como limitar o tempo entre arremessos e o número de timeouts que o técnico pode pedir em uma partida.