Revista Casa do Beisebol Edição#2: Setembro, 2017 | страница 51

Esta transformação é ainda mais clara quando analisamos posições que tradicionalmente eram destinadas a jogadores velozes e com ótimo contato, mas sem muita potência no bastão. As posições mais representativas são as de shortstops e segunda base.

Como já discutimos em texto no nosso portal, o atual período da MLB poderia ser descrito como a “era da força”, tanto no montinho, quanto no bastão. Os olheiros e os técnicos das ligas menores buscam cada vez mais encontrar e formar arremessadores com bolas extremamente rápidas (inclusive até mesmo as breaking balls) e rebatedores com grande potencial para rebater muitas bolas para o outro lado do muro.

Por isso não basta mais ao rebatedor ser apenas ótimo defensivamente, ou um jogador ágil com bastante contato no bastão, como tradicionalmente eram boa parte dos infielders. Atualmente até mesmo os shortstops e segunda bases devem ter potência no bastão ALÉM de ser ágil e atlético. O caminho inverso também é verdadeiro, visto que não basta mais ao primeira base bater um caminhão de HRs por temporada e se manter forma de fora física e não ser bom defensivamente.

Agora, até mesmo o primeira base também deve ter o máximo de agilidade defensiva e velocidade entre bases possível (como por exemplo, Paul Goldschmidt e Cody Bellinger). Isso significa que o jogador de beisebol atualmente deve ser o mais versátil possível.

São cada vez menos valorizados os jogadores que contribuem quase que exclusivamente em apenas uma área do jogo, um “ótimo shortstop defensivo”, ou um “outfielder lento, mas que bate muitos HRs”. Ao contrário, são valorizados os jogadores mais versáteis que tenham uma defesa minimamente decente, consigam bastante walks e tenham um contato forte com a bola, que garanta muitas rebatidas multi-bases no campo externo e home runs.

A busca por jogadores mais fortes é uma resposta à revolução que os shifts defensivos promoveram na MLB na última década. O forte contato garante maior probabilidade de realizar a única jogada indefensável no beisebol, o home run, além de dificultar a defesa caso a bola ainda fique dentro dos muros no campo externo.