Revista Cabal 001 | Page 17

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Conhecido por ser a Meca da inovação e possuir uma geografia privilegiada, o Vale do Silício hoje não poupa esforços nos quesitos da reinvenção e viabilização de novas ideias, tornando evidente a suscetibilidade da sociedade, que está exposta todos os dias a bombardeios de novos aplicativos, novas empresas e novos aparelhos, que se dizem capazes de melhorar as relações sócias, entretanto só empurram a sujeira para debaixo do tapete.

O crescente desenvolvimento da internet e dos meios tecnológicos faz com que as pessoas se mantenham sempre em suas zonas de conforto, visto que, raramente algo não é encontrado utilizando esses artifícios. O hábito de ter tudo sempre “a mão” mostra o quanto a sociedade tem se tornado preguiçosa, fazendo com que a bola de neve, já formada, desça ladeira abaixo trazendo consigo outros tantos problemas.

Saber apreciar o virtual e o real é importante para a preservação da sanidade mental, e o que está acontecendo é uma crise de indivíduos que ignoram a realidade e optam pelo desconhecido, muitas vezes para conseguirem fugir de seus problemas. É preciso jovens corajosos, que não pensem duas vezes antes de tirar uma maquiagem, que percebam que são de fato o futuro da nação, mas devem deixar de ser aquela geração programada musicalizada por Legião Urbana na música “Geração Coca-Coca”.

Essa região é quase uma fábrica de alienados e apáticos, considerando que é lá onde a bola é colocada no topo da ladeira... claro que ela não desce sozinha, a sociedade exerce um papel fundamental nessa história toda e aparenta já o fazer automaticamente, como quem vai ao trabalho pelo mesmo caminho todos os dias.

Considerando o caos vivenciado na era Moderna, o derretimento dos sólidos citado por Bauman, coloca os padrões de comunicação e coordenação entre políticas de vida individual, de um lado, e as ações políticas de coletividade humanas, de outro, resultando em um infortúnio completamente contraditório. Afinal, para onde estará indo a humanidade?