Revista Amooreno Edição10 - NOV18 | Page 28

TOLERARE Seja na via direta, não “criando” problemas, seja indiretamente, pela compreensão das realidades limitadas. “Humildade não faz mal”. Esta máxima popular ajuda a retratar mais uma vez a dificuldade que temos de enxergar o mundo real. Por um lado, temos esta deficiência, e por outro temos a teimosia de justificar os atos errados. Se o diálogo amigo nos faz ver o erro, nada melhor que reconhecer. A humildade é a verdade e não faz mal. As pessoas, muitas vezes, não atuam de modo errado por má fé, e sim, por ignorância. Com certeza fariam de modo distinto, se soubessem como fazer. Esta tarefa não tem fim, e questionar-se sobre o empenho pessoal de diminuir o nível de ignorância, nos faria no mínimo reconhecedores da dívida social que carregamos. Aprendemos tanto, e por este motivo, somos capazes de questionar as deficiências. Não são os professores e os pais os únicos interessados. Ninguém dá o que não tem, e por isto, sempre temos algo que dar a outrem, e assim, diminuir a ignorância. Outro ponto é o preconceito. Uma ideia pré-concebida cria uma barreira para compreender a realidade. Uma pessoa que não queira ouvir, ver ou escutar, tem muitas vezes, o preconceito de não aceitar que os outros possam pensar de modo diferente. No convívio social, a tolerância com os demais, clama por uma interação. Ou se ajuda, ou se atrapalha. A indiferença explica, mas não resolve. Não ter tolerância com qualquer tipo de erro, de certa forma ajuda a resgatar o que é próprio da personalidade humana. Somos sujeitos de o nosso pensar, agir e omitir. Nossos atos assumem um caráter irrevogável do nosso eu. Podemos arrepender-nos, mas não nos desfazemos de nossos atos. E numa sociedade onde tudo é socialmente aceito, tudo acaba sendo tolerado. As pessoas perdem a noção do que é certo ou errado. A inteligência deixa de discernir, e a vontade fica fraca para agir. Aprender a observar a realidade do ser pessoal e do ser social é a melhor forma de compreender o limite que existe nas coisas e nas pessoas. Caso contrário, gastar-se tempo moendo água, encontrando defeitos onde existem apenas características. Com certeza assim, seremos mais tolerantes com os outros e conosco. Vale a pena recordar os ensinamentos de Sócrates, “A felicidade não pode vir das coisas exteriores, do corpo, mas somente da alma, porque esta e somente esta, é a sua essência. E a alma é feliz quando é ordenada, ou seja, virtuosa. Para mim quem é virtuoso, seja homem ou mulher, é feliz, ao passo que o injusto e malvado é infeliz. Assim como a doença e a dor física são desordens do corpo, a saúde da alma é a ordem da alma e esta ordem, espiritual ou harmônica interior, é a felicidade”. Busque a Paz e seja Feliz! Os intolerantes perdem a capacidade de sorrir e procuram seu refúgio no mau humor e na ignorância 28 - REVISTA AMOORENO - NOVEMBRO 2018