TOLERARE
Seja na via direta, não “criando” problemas, seja
indiretamente, pela compreensão das realidades limitadas.
“Humildade não faz mal”. Esta máxima popular ajuda a
retratar mais uma vez a dificuldade que temos de enxergar
o mundo real. Por um lado, temos esta deficiência, e por
outro temos a teimosia de justificar os atos errados. Se o
diálogo amigo nos faz ver o erro, nada melhor que
reconhecer. A humildade é a verdade e não faz mal.
As pessoas, muitas vezes, não atuam de modo errado por
má fé, e sim, por ignorância. Com certeza fariam de modo
distinto, se soubessem como fazer. Esta tarefa não tem fim,
e questionar-se sobre o empenho pessoal de diminuir o
nível de ignorância, nos faria no mínimo reconhecedores da
dívida social que carregamos. Aprendemos tanto, e por este
motivo, somos capazes de questionar as deficiências. Não
são os professores e os pais os únicos interessados.
Ninguém dá o que não tem, e por isto, sempre temos algo
que dar a outrem, e assim, diminuir a ignorância.
Outro ponto é o preconceito. Uma ideia pré-concebida
cria uma barreira para compreender a realidade. Uma
pessoa que não queira ouvir, ver ou escutar, tem
muitas vezes, o preconceito de não aceitar que os
outros possam pensar de modo diferente.
No convívio social, a tolerância com os demais, clama
por uma interação. Ou se ajuda, ou se atrapalha. A
indiferença explica, mas não resolve.
Não ter tolerância com qualquer tipo de erro, de certa
forma ajuda a resgatar o que é próprio da
personalidade humana. Somos sujeitos de o nosso
pensar, agir e omitir. Nossos atos assumem um caráter
irrevogável do nosso eu. Podemos arrepender-nos,
mas não nos desfazemos de nossos atos. E numa
sociedade onde tudo é socialmente aceito, tudo acaba
sendo tolerado. As pessoas perdem a noção do que é
certo ou errado. A inteligência deixa de discernir, e a
vontade fica fraca para agir.
Aprender a observar a realidade do ser pessoal e do
ser social é a melhor forma de compreender o limite
que existe nas coisas e nas pessoas. Caso contrário,
gastar-se tempo moendo água, encontrando defeitos
onde existem apenas características. Com certeza
assim, seremos mais tolerantes com os outros e
conosco.
Vale a pena recordar os ensinamentos de Sócrates, “A
felicidade não pode vir das coisas exteriores, do corpo,
mas somente da alma, porque esta e somente esta, é
a sua essência. E a alma é feliz quando é ordenada,
ou seja, virtuosa. Para mim quem é virtuoso, seja
homem ou mulher, é feliz, ao passo que o injusto e
malvado é infeliz. Assim como a doença e a dor física
são desordens do corpo, a saúde da alma é a ordem
da alma e esta ordem, espiritual ou harmônica interior,
é a felicidade”.
Busque a Paz e seja Feliz!
Os intolerantes perdem a capacidade de sorrir e procuram
seu refúgio no mau humor e na ignorância
28 - REVISTA AMOORENO - NOVEMBRO 2018