LIXO - UM NOVO CONCEITO DO LUXO
a atender as necessidades das atuais gerações e
permitir melhores condições de vida, sem comprometer
a qualidade ambiental e o atendimento das
necessidades das gerações futuras.
E os negócios de moda não estão isentos de tais
responsabilidades, já que se incluem no conceito de
geradores de resíduos aqueles que desenvolvem
atividades ligadas ao consumo. Como exemplo, aqueles
negócios que geram resíduos industriais – resultantes
dos processos produtivos e instalações industriais – são
obrigados a elaborar um plano de gerenciamento de
resíduos.
A norma ambiental indica que os fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes devem
investir na fabricação de produtos que gerem a menor
quantidade de resíduos sólidos possível, e que sejam,
inclusive, aptos a uma destinação final adequada e que
possam ser reutilizados ou reciclados. Isso associa-se à
obrigação de divulgar informações sobre como evitar,
reciclar e eliminar os resíduos sólidos que sejam
relacionados aos seus produtos.
Vale dizer, que o desenvolvimento da legislação
brasileira segue uma tendência mundial, diante do
flagrante esgotamento de armazenamento de resíduos
sólidos e da necessidade da definição de alternativas
que reduzam a sua quantidade. É possível identificar
notícias de diversas iniciativas de segmentos da
indústria da moda para minimizar a questão dos
resíduos sólidos.
Algumas marcas de moda já promovem coleções
baseadas nos conceitos de Eco Design, onde o objetivo
é fazer moda que respeite o meio ambiente. Palavras
como: repensar, reciclar e renovar se tornam parte de
todo um conceito abraçado pela marca e seu público.
Alguns exemplos foram verificados em notícias e
divulgações das próprias marcas.
Em 1 990 uma companhia norte-americana no setor de
esportes criou um programa para recolher, reciclar e
processar tênis velhos, a fim de gerar matéria-prima
feita a partir de papel reciclado e rejeitos dos tênis, que
pode ser usada em todos os tipos de superfícies
inclusive em novos calçados. Com essa política, a
marca já reciclou 24 milhões de pares de sapatos até
hoje, incluindo as doações de tênis de outras marcas.
Em 2011 , a companhia lançou uma coleção ecológica
de sapatos, feitos a partir de revistas recicladas, e
fabricou os uniformes utilizados pelas seleções de
futebol na Copa do Mundo de 201 0 a partir da
reciclagem de garrafas PETs.
36 - REVISTA AMOORENO - MAIO 2018
O grande desafio é quebrar
uma cultura consumista
acomodada, e tentar orientar a
mesma para novos hábitos
ecologicamente corretos.
No Brasil, outra multinacional no setor de esportes
lançou em 201 2 um programa voluntário para entrega de
calçados sem condição de uso, de qualquer marca,
diretamente em lojas físicas de São Paulo, que dava
direito a brindes especiais. Em 201 5, o projeto foi
ampliado para aceitar mais itens como camisetas,
calças, shorts, e blusas de qualquer marca ou estilo.
Dependendo do estado de conservação, o produto pode
ser direcionado para a reciclagem, como matéria-prima
para fazer outra peça; o reuso, retornando ao mercado
de roupa usada depois de higienização; ou geração de
energia, com a sua descaracterização e transformação
em combustível, servindo para alimentar fornos de
cimento.
No mercado de fast fashion, destacam-se as coleções
que adotam padrões e produtos mais sustentáveis e as
políticas de incentivo de reutilização e reciclagem de
peças usadas. É o caso de uma multinacional do setor,
que lança a cada ano uma coleção sustentável, também
lançou um programa para coleta de roupas usadas de
quaisquer marcas, em todas as lojas físicas do mundo.
A ameaça à sobrevivência humana em face da
degradação dos recursos naturais, a extinção das
espécies da fauna e da flora e o aquecimento da
temperatura devido à emissão de gases poluentes
fizeram a questão ambiental ocupar um lugar de
destaque nos últimos tempos.
Assumindo que as reservas naturais são finitas e que as
soluções podem ocorrer através de tecnologias mais
adequadas ao meio ambiente, condições estas que