SPFWN45
A45 ª Edição do São Paulo Fashion Week reuniu algumas das melhores marcas brasileiras e promete ser a última edição do evento tal como ele foi até hoje . Com um novo acionista majoritário , o grupo IMM , o evento tende a se conectar de maneira mais ativa com o mercado de entretenimento . De acordo com Paulo Borges , fundador do evento , “ O mundo hoje é transversal . Quem gosta de moda , não gosta só de roupa . Gosta de arquitetura , de música , de gastronomia , de design . A moda é um espírito , a roupa é a coluna vertebral ”, afirmou . O evento abriu no sábado ( 21 . 04 ) com o desfile da Água de Coco , que teve nada mais nada menos que Anita fazendo a trilha ao vivo . Em seguida , aconteceu o desfile do Projeto Ponto Firme , onde o designer Gustavo Silvestre mostrou uma coleção de crochê inteiramente feita por detentos da Penitenciária Desembargador Adriano Marrey . A Adidas lançou um novo sneaker voltado exclusivamente para as mulheres , o ARKYN . Mundialmente , a marca está promovendo painéis com mulheres que trabalham com criatividade e originalidade no seu dia a dia . Quem passou pelo evento , também não deixou de ver “ ao vivo ” a exposição POW ! Energia Criativa , onde fotógrafos e stylists reinterpretaram as criações de Conrado Segreto . A mostra ficou aberta para o público geral , no piso térreo do evento . O que mais surpreendeu nesta temporada foi a mistura de estações , com coleções para inverno e verão . “ Os grandes nomes se esforçaram , os veteranos deram um show , brilharam , e alguns dos mais novos também tiveram uma presença muito forte ”, avalia a consultora Glória Kalil .
A Osklen e a Uma mostraram coleções engajadas com as causas sociais e a ecologia . Glória Coelho mostrou uma futurista luxuosa baseada na cultura popular e artesanato em roupas feitas à mão . Fresco , elegante , o linho reinou absoluto em alfaiatarias leves e em looks monocromáticos , como mostrou o desfile da marca carioca Handred e os looks sofisticados de Reinaldo Lourenço . Também , houve ombreiras , cores , néon e a extravagância dos anos 80 , como mostrou a Amapô , em seu desfile cheio de irreverência e provocação . Boa parte das marcas que desfilaram , o guardaroupa não deve ter distinção de gênero . Além da Uma e João Pimenta , que já apostam há algum tempo em peças genderless , entrou para este time uma série de outras marcas , como Glória Coelho trouxe pela primeira vez homens para sua passarela no segmento sem gênero , enquanto as estreantes na temporada de moda paulistana , Beira e Hundred , apostaram quase que praticamente 1 00 % no visual mais democrático . Já Amir Slama apresentou looks femininos e masculinos costurados nos mesmos conceitos , apostando em motivos florais para ambos . As marcas Modem e Lenny Niemeyer também flertaram com o “ eles por elas ” desconstruindo a silhueta feminina , enquanto a Cotton Project apostou em cintura alta para ambos os gêneros . Estampas e tecidos mais refinados também não foram evitados como forma de uma zona de conforto na busca pela moda sem gênero . Pelo contrário : padrões que vão de florais até o xadrez , além de texturas como veludo molhado e cetim .
24 - REVISTA AMOORENO - MAIO 2018