moda se manter e pagar as suas contas são os
acessórios (perfumes, óculos, maquiagens,
calçados etc.) e as peças de prét-à-porter (pronto
para usar, normalmente produzidas em larga
escala).
Novamente, a Semana de Alta Costura revelou
uma apresentação, neste último mês de janeiro,
entre as maisons históricas, conhecidas pelo seu
savoir-faire tradicional, numerosas marcas
internacionais e marcas ainda mais jovens e
vanguardistas, como o japonês Yuima Nakazato,
que regressou a passarela parisiense com a sua
“alta costura digital”, depois de ter estado ausente
em julho de 201 8.
O programa oficial dedicado às coleções para a
Primavera/Verão 201 9 recebeu, de segunda 21 a
quinta-feira 24 de janeiro, 31 casas contra 34 em
julho passado, com três dias intensos seguidos por
um meio dia de desfiles.
Ao lado de grandes nomes, o desfile da Balmain
Paris foi, sem dúvida, a atração principal da
semana. A maison fez o seu grande regresso à
passarela da alta costura após 1 6 anos de
ausência.
O diretor criativo – e agora couturier – da casa,
Olivier Rousteing, convidou apenas 1 30 pessoas
para a novíssima loja da Balmain na rue Saint-
Honoré, em frente ao endereço mais na moda da
cidade, o Hôtel Costes.
Olivier Rousteing é um criador muito talentoso, que
construiu uma sólida reputação e conquistou uma
grande fatia de mercado – a Maison anunciou 200
milhões de dólares em receitas este ano, com o
seu estilo brilhante, sexy e rico em bordados.
Para a alta costura, Rousteing concentrou-se muito
mais na modelagem das peças, mergulhando nos
arquivos da casa para desenhar formas esculturais.
No entanto, no final de contas, deu muitas vezes, a
impressão de se ter inspirado mais no futurismo do
início dos anos 1 960 e na moda grandiosa de um
Pierre Cardin ou de um Yves Saint Laurent.
Tudo começou muito bem, com vestidos e casacos
sinuosos em seda marfim, decorados com pérolas
enormes e até carteiras com monograma em forma
de pérola, do tamanho de uma pequena bola de
futebol. Rousteing cortou vestidos em forma de
bolhas e até imaginou um terno branco que aprecia
feito de penas de águia enceradas.
Havia saias em malha de lã bouclée, vestidos de
noite em estilo medieval e blusas feitas de leques
verticais e impressas com padrões abstratos em
tons pastel. Tudo concluído com lantejoulas
Swarovski (foram utilizadas mais de um milhão, em
toda a coleção). Se tudo isto pareceu um pouco
complicado, é porque efetivamente foi.
Se os grandes volumes eram intrigantes, muitas
vezes, uma dobra final, um ângulo ou uma
extensão era demasiado. Olivier tratou,
obviamente, a alta costura como um laboratório,
mas muitas das suas experiências, simplesmente,
não funcionaram. Este evento foi, portanto, um
renascimento alegre, mas um pouco difícil.
Embora a Semana da Alta Costura tenha sido
enriquecida com duas novas marcas, Balmain e
Yuima Nakazato, o evento perdeu, por outro lado,
cinco nomes que figuraram no calendário de julho
de 201 8.
Começando com o designer marroquino
Noureddine Amir, que havia feito a sua notável
entrada na passarela da alta costura parisiense na
última temporada, e a criadora francesa Adeline
André, que não desfila todas as temporadas no
calendário da alta costura.
Outra ausência foi a designer de origem russa,
nascida em Tel Aviv, Galia Lahav, que é
especializada em vestidos de noite e de
casamento, o italiano Maurizio Galante, instalado
em Paris desde 1 996, e a Fendi, que habitualmente
desfila em julho com a sua coleção de peles
invernal.
Balmain SS1 9
FEVEREIRO 2019 - REVISTA AMOORENO - 45