MODA
O EXISTIR
INVISÍVEL
Fernanda Marques observou a relação da sociedade
com o lixo desde a antiguidade até os dias atuais
- e a partir disso criou uma coleção de roupas
Reportagem por Gabriela Sartorato
Ilustrações por Fernanda Marques
A
moda que trata sobre a relação do ser humano com
o lixo. Dessa vez a pauta não é uma grife inter-
nacional com peças limitadas e menos poluen-
tes. Trata-se de “O Existir Invisível”, coleção feita
por uma estilista recém-formada e cheia de boas ideias.
Fernanda Silva Marques cria suas roupas a partir de
temas que acredita não serem devidamente debatidos dentro
de nossa coletividade. Para ela, a moda é a sociedade,
por isso, uma peça traz mais significado quando baseada
em uma temática que precisa ganhar voz. Valoriza as cria-
ções nacionais mas não se inspira nos profissionais, apesar
de admirar estilistas como Zuzu Angel e Ronaldo Fraga.
Acontece que a inspiração de Fernanda vem das pessoas
comuns, o que segundo ela, acaba gerando “sem querer” co-
leções sempre pautadas por temáticas com um viés social.
Fernanda deixou Uberaba há quase cinco anos para se
aventurar na capital paulista, a mineira estava deter-
minada a realizar seu sonho: trabalhar com moda. Desde
o fim do colégio, começou a levar mais a sério seu plano
de ser estilista e superar todos os discursos que ouviu
durante a infância acerca das dificuldades - e futilida-
de - da profissão. Não seria advogada, médica e muito me-
nos engenheira. Fernanda visualizava um futuro repleto de
tecidos e costura. Depois de um ano após a conclusão da
escola, ela assumiu todos os riscos e foi para São Paulo.
Hoje, aos 22 anos, Fernanda trabalha como es-
tilista freelancer. “Desenvolvo coisas para algu-
mas pessoas específicas, mas pretendo abrir um negócio
meu em breve”. Enquanto a marca de Fernanda ainda não
chega ao mercado, podemos nos deparar com suas cria-
ções iniciais, como a coleção “O Existir Invisível”.
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