Revista Advocacia Edição nº 02, ano I | Page 20

Precisa-se de um sistema que permita identificar sem erros o advogado que faz uma compra ou adquire um serviço da rede conveniada e este, ao utilizar a rede, tem o retorno para o pagamento de sua anuidade por meio do cashback (recompensa por reembolso). Em Vitória cresce gradativamente o número de estabe- lecimentos participantes. Temos atualmente cerca de vinte. São lojas, restaurantes, cafés, escolas, cursos de pós-graduação, inclusive. Cachoeiro de Itapemirim, só para citar um exemplo ilustrativo, tem um bom núme- ro de membros da advocacia que fazem pós-gradua- ção na Faculdade de Direito de Vitória (FDV). Firma- mos parceria com a instituição. Ou seja, mesmo sendo de Cachoeiro o advogado do município que estuda na FDV pode desfrutar do serviço e do consequente des- conto no valor da anuidade. Estou muito feliz por, no primeiro ano de gestão, termos conseguido este feito. Contestar os valores cobrados pela Eco101 aproxi- mou a OAB-ES da realidade do capixaba? Na verdade creio que tivemos um bom exemplo de como a OAB pode ajudar a cidadania, na medida em que existia um déficit no cronograma de 93% na execução das obras assumidas pela empresa e havia a expectativa de se aumentar o pedágio. A Seccional, diante do fato, ajuizou ação civil pública na Justiça Fe- deral e obteve êxito na liminar para que fosse proibido qualquer acréscimo. Este recurso encontra-se em grau de segunda instância, mas a liminar está mantida, as- segurando que não se aumente o pedágio. Uma ação da OAB-ES representando nossa classe e o cidadão capixaba resultou no incentivo a diminuição do valor cobrado pelo pedágio . Temas como o desrespeito às prerrogativas são recor- rentes na pauta da Ordem. Como a OAB-ES tem trata- do os episódios registrados? O ano de 2019 foi interessante porque inauguramos o aplicativo “Prerrogativas Mobile”. A partir de um ce- lular, o advogado de qualquer parte do Espírito San- to pode baixar o app, do Conselho Federal da OAB, se cadastrar e solicitar a intervenção urgente da OAB-ES em casos de abusos no exercício da profissão. Nossos funcionários precisaram receber treinamento espe- cial, foram preparados para atender esta nova deman- da. Pelo aplicativo tem-se acesso a um sistema onde é possível à advocacia tirar fotos e anexar arquivos, inclusive áudios, para a Seccional registrar a demanda. O senhor tem percorrido o Espírito Santo, visitado as subseções e conversado com a advocacia. Como tem sido a receptividade? Essa presença no interior é essencial porque, se fi- car somente em Vitória, não é possível compreender as demandas do dia a dia, de norte a sul. Quando se deixa o gabinete de reuniões na região metropolitana ADVOCACIA 20 tem-se acesso a uma realidade que, às vezes, não é bem a que se encontra em Vitória e, não raro, contato com os membros da advocacia que mais precisam de atenção. Estive em fóruns em cidades não muito grande em que os processos estão parados por um, dois anos ou mais. Então tenho saído para percorrer municípios de outras regiões, no mínimo, uma vez a cada dez dias. Vou ao sul, norte e noroeste. Nesses encontros a advocacia para e apresenta demandas. Acho o contato essencial para re- alizar um bom trabalho. A classe vendo boa vontade, es- forço, manifesta respeito. Para o advogado que se encon- tra presidente é importante. Sinto-me recompensado em poder fazer algo bom. Existem gargalos que prejudicam o exercício da advoca- cia no estado? Sem dúvida a falta de estrutura em algumas cidades. Algo que, como se sabe, redundou na determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), após inspeção reali- zada no Judiciário capixaba, para que o Tribunal de Jus- tiça do Espírito Santo realize “estudos acerca da possibi- lidade de integração de comarcas”. Este é um problema extremamente grave. Existem algumas em que não há juízes. Um fórum não é um prédio somente. É uma es- trutura interna com magistrados, servidores, estagiários e insumos. O maior problema do cidadão do interior, fre- quentemente, é a falta de estrutura do Judiciário. Não é possível haver justiça se não há juiz. A Ordem tem dado sua contribuição apontando, oportunamente, cidades em que a justiça está extremamente lenta e ausente, e, às vezes, o juiz não é o culpado. Ele, em muitos casos, é apenas uma peça no enredo todo. A advocacia capixaba está mais unida? Creio que o momento próximo a pleitos eleitorais não é o melhor para falar em união. Temos pouco mais de onze meses de mandato. Mas um dado que deve ser des- tacado é que a oposição, historicamente, nunca foi elei- ta para o comando da Seccional no Espírito Santo. Foi a primeira vez, com nossa eleição. Tivemos que virar uma página, respeitosamente, e convencer os presidentes de que nossa intenção é de boa-fé. Creio ter superado esta fase. A advocacia capixaba encontra-se unida, projetada para um resultado útil e efetivo em prol da classe. Creio que esta união vai produzir bons frutos. Seria prematuro falar de metas para 2020? Na verdade não. Nosso objetivo precípuo é realizar a construção das sedes das subseções que se encontram em estágio precário, tanto quanto da própria Seccional. Graças ao bom Deus em 2019 conseguimos fazer justiça à Colatina. Inauguramos uma estrutura maravilhosa no município. Para 2020 desejamos projetar o início da cons- trução do prédio da Seccional e, igualmente, das subse- ções que não possuem espaço adequado para atender confortavelmente nossa classe.