Antes de terminar a conversa, questiono Artur Pery sobre qual pergunta ele gostaria que eu tivesse feito. “O porquê fui para São Paulo”, responde. “Por que foi para São Paulo?”, indago. Artur fica sem graça e demora para abrir a boca, mas responde.
O vocalista começa falando que desde a primeira banda teve anseio por aprender mais sobre música, e na época entendia que a Capital do Tocantins não oferecia o conteúdo que precisava. Entretanto, algo o impedia de pegar a estrada. “Naquele momento estava vivendo a primeira paixão da minha vida. Eu tinha um apego muito grande naquilo, era muito forte. Só que eu era um moleque de 15 anos e não queria largar aquela paixão para me mudar para São Paulo e estudar música”, contou.
Uma tragédia — pelo menos para um adolescente — precisou acontecer para que Artur tomasse coragem e subisse em um avião para São Paulo. A paixão platônica acabou ficando com um dos colegas da sua banda na época, a Shadow Manollde. O hoje frontman da Wizened Tree fala que só duas coisas o seguravam em Palmas: a moça e os amigos. “Ambos me desapontaram, então falei: quer saber, foda-se! vou sair dessa porra aqui e vou aprender o que que quero seguir minha vida”, confidenciou.
Bem humorado, Artur diz ser grato pelo acontecido e revela que o tal fura olho ainda é seu amigo. Claro, sem revelar quem é. Em relação às mulheres, o vocalista da Wizened Tree parece não ter mais qualquer problema. A nossa conversa chegou a ser interrompida cinco vezes, três delas por mulheres. Em uma das vezes, uma moça confessa para Artur; em um tom baixo, mas audível. “Eu vim aqui só pra te ver. Estou falando sério”. “É? Depois a gente bate um papo”, responde. Parece que temos uma estrela do rock no Tocantins no melhor estilo anos 70.