O Comendador determinado a casar-se com Úrsula, durante seus esforços para levá-la da casa de
Luísa B., esta morre e, em suas últimas palavras, deseja que sua filha fuja do Comendador. No enterro de
sua mãe, Úrsula é resgatada por Túlio e Tancredo, que vieram a mando da mãe Susana que contou sobre
os planos do Comendador. Os três fogem para a cidade de **** (local não revelado pela autora), aonde vão
para um convento. Lá, Tancredo diz que protegerá Úrsula de todo perigo; enquanto isso o Comendador
captura mãe Susana, e como ela não revela onde Úrsula está, possuído pela raiva, Comendador Fernando
manda que a torturem e matem. Acaba descobrindo a localização de Úrsula através de um escravo e vai
em busca dela, mesmo depois dos conselhos do padre, no qual ponderou que a vingança o condenaria.
Enquanto isso, Úrsula e Tancredo estavam se casando, porém Túlio havia desaparecido.
Descobrimos ao longo da narrativa que ele foi raptado por capangas do Comendador Fernando e estava
sendo mantido preso aos cuidados de Antero, escravo viciado em tabaco e álcool.
Túlio suborna o homem com bebida, que acaba adormecendo, possibilitando sua fuga, mas para
evitar que o escravo fosse executado por este deslize, Túlio finge que o venceu em uma briga e o amarra a
um tronco.Túlio consegue chegar ao casamento, mas antes de se encontrar com os noivos é morto pelo
Comendador, então se inicia o duelo entre Tancredo e Fernando e, no meio de muita confusão e euforia,
Tancredo é morto após dar o primeiro beijo em sua amada.
Depois de tais eventos, Úrsula se afunda em solidão e depressão, e o Comendador se corrói em
culpa, pois havia matado Paulo B., Túlio, Tancredo e Susana. Não bastando tudo isso, Úrsula falece
também, acrescentando mais uma morte na conta de Fernando que, consumido pela culpa, enlouquece e
vai para o convento buscar a redenção dos seus pecados, até que sua hora também chega.
O livro “Úrsula” é muito interessante em diversos aspectos, desde a abordagem ao tema abolicionista
de uma forma nunca antes concretizada, humanizando o negro ao colocá-los como protagonistas de suas
próprias histórias e ao não diferenciar suas falas em comparação aos mais privilegiados que possuíam
acesso à educação, evitando noções preconceituosas que nos vem à cabeça sempre que imaginamos um
negro em sua própria fala. Quando comparamos a obra com outras do seu tempo, ela se mostra original. Se
tomarmos como exemplo as obras “Iracema” e “O Guarani” de José de Alencar, percebemos no que se
refere ao nacionalismo que os personagens indígenas apresentam-se passíveis aos feitos dos nobres
portugueses durante a colonização, sendo assim, um comprometimento na construção da ideia de nação.
Em “Úrsula” os personagens negros são cientes de seu estado como escravo, da sua vida e do seu
passado, como Antero que se afunda em mágoa e busca refúgio na bebida, deixando claro a sua
insatisfação e que tamanha era a saudade de sua terra natal que ele nunca poderia se ver como um
habitante daquelas outras terras, as brasileiras.
Edição 1 - 2019 - Úrsula