Embora a leitura seja um pouco cansativa devido à grande quantidade de adjetivos e detalhes dados logo no
início, a história prende o leitor quando se iniciam os conflitos. Sobre isso, acredito que poderiam ser dados
mais detalhes ao desenrolar da história, pois conforme ela foi avançando, algumas situações ocorreram de
forma muito rápida o que acaba causando certa confusão em algumas partes próximas ao fim da obra.
No início da leitura, não compreendi as mensagens sociais que Maria Firmina queria passar, mas após
uma reflexão, percebi o quanto “Úrsula” é impactante quando se fala de literatura brasileira, visto o
engrandecimento do negro que esta obra carrega, dando-lhe voz e traços de heróis, aspectos até então vistos
apenas em personagens brancos.
Recomendo esta obra para qualquer pessoa, pois sua leitura é muito importante para que
reconheçamos nossa história e também ter a noção de que, pela primeira vez na literatura brasileira, os negros
tiveram a oportunidade de ter uma voz própria para contar suas histórias, através das mãos de uma mulher,
negra e nordestina. Por muito tempo o romance Úrsula ficou apagado da trajetória de construção da literatura
brasileira e temos o dever de impedir que isto aconteça novamente, pois é compromisso de todos preservar
nosso patrimônio cultural.
Maria Eduarda Borger
Edição 1 - 2019 - Úrsula