Resenha da 301 ADM Resenha da 301 ADM | Page 25

Tancredo se despede de Luíza B, agradece pela hospitalidade e pede a mão de Úrsula em casamento, apesar de hesitar, a mãe acaba abençoando a união da filha com o mancebo. Muito fraca, Luíza B. conta para a filha que tem um irmão que passou a detestá-la depois que ela se casou com o senhor Paulo B., que foi assassinado na cidade. A mãe de Úrsula afirma como foi difícil criar a filha sozinha e ainda lidar com a própria paralisia. Com saudade do seu amado, Úrsula, em um de seus passeios pela floresta, acaba trombando com um homem misterioso, apresentado como o Comendador P, seu tio e irmão de sua mãe. Ele se apaixona por Úrsula e desenvolve uma obsessão por ela. A jovem menina passa noites sem dormir com medo do tio. Tudo muda quando sua mãe piora de saúde e o comendador P vai visitá-la, ele diz para irmã que cuidará de Úrsula e se casará com ela. Em seus últimos momentos, Luiza B. fala para filha fugir, a qual segue o conselho da mãe e foge com ajuda da escrava Suzana. Ela se reencontra com Tancredo e eles se casam em um convento onde Úrsula estava escondida, mas eles acabam sendo descobertos pelo comendador P., o negro Túlio, na tentativa de ajudar os dois, acaba sendo morto pelo comendador, que também assassina Tancredo. Algum tempo depois, o corpo da escrava Suzana está sendo sepultado, que foi morta por ajudar Úrsula. O comendador não está feliz e pode-se observar um sentimento de culpa por parte dele pelo estado em que se encontra sua amada, que está cada dia mais louca. Muito debilitada pelas perdas que teve, Úrsula morre de tristeza deixando o comendador P inconsolável, sendo que este passa o resto de seus dias como Frei Luiz de Santa Úrsula. Em seus últimos suspiros, ele afirma que ainda odeia Tancredo por ter lhe tirado Úrsula e morre sem se arrepender das maldades que fez em nome do seu amor não correspondido. Na obra há uma humanização do escravo, que em nenhum momento foi visto em outras literaturas daquela época. Firmino usou uma linguagem para igualar o homem negro ao homem branco, pois ambos falam de maneira formal, que é considerada a língua de maior prestígio sociedade. Esse grande ponto fica bem exposto no capítulo IX, pois é nos apresentado a preta Suzana, mãe adotiva de Túlio. Os dois entram em um diálogo sobre liberdade e mãe Suzana alerta ao filho sobre a falsa ideia de liberdade que ele tem em relação ao homem que lhe a concedeu. Túlio discorda e afirma que graças ao mancebo ele é livre como um pássaro, como as águas ou como seus antepassados eram na África. As palavras dele fazem Suzana lembrar-se de sua terra, onde nasceu, casou-se e teve uma filha, onde era de fato livre. Ela conta que um dia, enquanto trabalhava na colheita, foi capturada e feita cativa por bárbaros, colocaram-na em um navio junto com outros irmãos, foram acorrentados de pé para caber mais e eram tratados como mercadoria humana. Por trinta dias na viagem pelo oceano, muitos morriam de fome e sede, até que finalmente chegaram no Brasil. Edição 1 - 2019 - Úrsula e outras obras