Religião e Conhecimento Material da Revista de Religião (3) | Page 8

influência   africana   aconteciam   nos   chamados   grandes   terreiros   de   Macumba   Carioca, no Rio de Janeiro.    3. Oferenda é um gesto de gratidão aos deuses  As   oferendas   também   podem   ser   consideradas   como   um   gesto   de   gratidão   e   um   presente   aos   orixás   (deuses)   e   entidades   espirituais.   Geralmente   são   feitas   para   consagrar   desejos   ou   o   atendimento   deles,   que   podem   ser   relacionados   a   saúde   ou   relacionamentos,   mas   focados   no   amor   e   não   no   aprisionamento   de   outra pessoa.    3. Exú não é demônio    Muitas   pessoas   relacionam   Exú   ao   demônio   de   modo   equivocado.   Esse   processo   de   degradação   da   imagem   dele   se   deu   por   missionários   cristãos   quando   chegaram   à   Nigéria,   Togo   e   Daomé.   Pelo   fato   de   sua   representação   ser   o   falo   (símbolo   da   fertilidade   cósmica   e   da   criação),   ele   foi   identificado   como   o   diabo,   da   tradição   judaico/cristã/islâmica.   Mas,   ele   não   tem   nada   que   o   identifique como o demônio das tradições ocidentais.    4. Não ficam possuídos nas cerimônias religiosas    O   ato   de   incorporar   uma   entidade   consiste   em   fazer   a   conexão   entre   os   chakras   do   médium   e   os   do   guia   (espíritos   humanos   desencarnados).   Desta   forma,   no   momento   da   incorporação,   o   espírito   continua   habitando   o   corpo   físico   sem   que   haja   a   necessidade   de   se   ceder   esse   lugar   para   que   entidade   possa   trabalhar   (sem   possessões).   Você   ainda   estará   ali.   Consequentemente,   sua   consciência   também.   Quanto   mais   concentrado   estiver,   maior   será   o   aproveitando   dessa   experiência.Já   no   Candomblé   (mais   ortodoxo),   espírito   humano   não   pode   se   manifestar   e   a   manifestação   dos   orixás   acontece   no   Ori   (cabeça   da   pessoa).   O   transe   espiritual   no   Candomblé   então   se   dá   (com   seu   Orixá   pessoal)   de   dentro   para   fora.   Sendo   assim,   de   uma   maneira   geral,   os   candomblecistas   não   praticam   a   incorporação,   ou   seja,   a   mediunidade   não   é   um   precedente.   Entretanto,   também   não   é   uma   possessão,   é   como   se   o   Deus   que   mora   em   cada   um viesse, por meio do transe, dançar com seus filhos.