Religião e Conhecimento Material da Revista de Religião (3) | Page 32

coisa que não tem uma linha reta, única. São vários pontos misturados ao mesmo tempo. Entrevistadora- ​ Então tu se reconhece como bruxa? Luísa- ​ Com certeza. Entrevistadora- ​ E como foi o processo de se perceber bruxa? Luísa- ​ Então minha família é espírita e tal. Uma parte da minha família é espírita e a outra parte tem essa linha com a mitologia. Então assim, a mistura dessas duas coisa mais leituras adolescentes assim, foi me fazendo perceber que eu tinha uma mediunidade, mas que era uma coisa bem diferente do que me mostravam. Eu sou de Florianópolis, só que eu saí de Florianópolis e voltei pra lá com 17 anos, daí dos 17 até os 24/25 anos foi uma fase que eu conheci muitas pessoas, eu tive muitos contatos, que eu comecei a ler tarot, que estudei astrologia, que conheci muita gente, que eu conheci a Mel (esposa de Luísa) também e outras pessoas, muitas voltadas a bruxaria, eu fui bebendo dessas fontes e eu fui me identificando muito. Eu morei muito tempo sozinha, bem sozinha, e era uma pira que eu... digamos que dá pra chamar de meditação que eu fazia, que era ficar sozinha e deixar rolar minha intuição. Eu escrevi coisas e enfim, tive muitos insights, muitos, muitos, muitos, tive mais contato com os meus sonhos, que eu to trabalhando mais agora, e lendo Castaneda, tomando plantas de poder que também foi muito importante. E foi isso, aí eu consegui determinar assim ano passado: ta! eu sou bruxa de verdade, 100% e não tem escapatória. Mas foi esse processo desde adolescência, a lembrança mais antiga que eu tenho em contato com isso... eu acho que eu tinha uns 14 anos, se não antes também, começando, ainda nada muito efetivo, mas até os 24/25 anos quando eu tive certeza com tantas meditações e tal, conversas e referências, ne?! Aí no trabalho com a umbanda, eu tinha uma mãe de santo bem bruxa, e aí ela falava “EU SOU BRUXA!” e era bem legal, tinha uns encontros para mulheres que ela regia e a gente falava sobre os ciclos femininos, tudo isso me ajudou bastante, ver uma mulher mãe de santo ne, que se falava bruxa, explicou muito sobre o que e ser bruxa, que não e nada demais, é só você acessar com muita força e guiar sua vida 100% pela sua intuição, é acreditar nos seus poderes.Nossa agora eu me lembrei que antes, eu falei com 14 anos, mas eu tinha uma amiga e a gente tinha umas caixinhas de bruxaria, a gente se juntava e fazia poções e feitiços, nossa a gente fazia muita coisa. Eu tinha uns 10 anos e eu super falava que eu era bruxa, nessa época também eu dizia que ia ser astróloga e depois minha vida mudou, eu fiz outras coisas. É muito interessante como na infância parece que a gente já sabe, só que às vezes demora um pouco.