Relatório da Comissão de Direitos Humanos da Alerj - 2015 | Page 17

16 | RELATÓRIO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DA ALERJ | 2015 panhar de forma mais ativa os casos mais emblemáticos. Nos casos menos críticos, a partir do primeiro atendimento eram feitos os procedimentos de encaminhamento (como envio de ofícios para órgãos públicos), porém, caso o órgão não respondesse na maioria das vezes, a Comissão só voltava a acompanhar quando o denunciante voltasse ou ligasse perguntando sobre seu caso. Dessa forma, fomos chamados para pensar como a engenharia poderia contribuir na organização do processo de atendimento, acompanhamento e sistematização das denúncias de violação de direitos humanos. Esse é um tipo de problema que no campo da engenharia de produção é considerado um sistema complexo, pois envolve diversas organizações, pessoas, interações, com uma diversidade de problemas que dificulta padronizações. Por exemplo, uma reclamação sobre negação na expedição de carteirinha para visitar um parente em um presídio, pode gerar diferentes encaminhamentos dependendo do motivo alegado pelo órgão público. E essa categoria de caso é apenas uma entre muitas outras diferentes (no momento que iniciamos o trabalho tinham mais de cinquenta categorias diferentes). Iniciamos o trabalho como acreditamos que deve ser toda atuação da engenharia, de forma dialógica, conhecendo a realidade que pretendemos atuar, estabelecendo uma relação de confiança com a organização e seus trabalhadores e trabalhadoras e vivenciando junto com eles sua rotina e suas dificuldades. Um dos elementos que percebemos que dificultava um atendimento mais proativo era o sistema de informação de cadastro de casos. Esse sistema tinha uma busca limitada, não possuía relatórios que permitia listar casos que necessitavam acompanhamento, além de muitas outras limitações. Aproveitando-se de uma disciplina chamada “Software Livre e Metodologias Participativas”, oferecida pelo Departamento de Engenharia Eletrônica (DEL/POLI/UFRJ), colocamos a melhoria desse sistema como trabalho final para um grupo de alunos. Durante o primeiro semestre de 2015, esse grupo de dez alunos fez diversas idas à Comissão, acompanhou alguns atendimentos, conversou com a equipe e foi modelando um novo sistema. Esse sistema foi sendo construído de forma interativa, validando ao longo do período as ideias que surgiam, e muitas dessas foram sendo implementadas pelo setor de informática da Alerj ao longo desse tempo. Além disso, muitos desses questionamentos provocaram reflexões na Comissão, que alterou alguns procedimentos de acompanhamento dos casos. Por fim, realizamos uma reunião entre o NIDES e a CDDHC em outubro de 2015 para avaliar essa parceria. Consideramos que ambos aprendemos e ganhamos muito nessa relação. Em função da grande demanda que a equipe de informática da Alerj vem tendo, ainda não foram implementadas todas as melhorias modeladas, porém desde a entrega do relatório final da turma, muitas delas já foram implantadas e a consultoria concretizada. Mesmo assim, percebeu-se uma maior facilidade para gerar de forma automatizada os dados quantitativos do presente relatório anual da Comissão, o sistema já avisa por e-mail a equipe sobre os casos que já deveriam ter resposta dos órgãos públicos oficiados, e está mais fácil encontrar através do sistema de busca casos por determinado campo ou palavra-chave. Assim, consideramos que cumprimos o que